A recepção aos participantes foi feita por alunos do Programa de Inclusão pela Música e Artes (Prima) de Campina Grande, coordenados pelo professor Elton John Cabral e pela cordelista Anne Ferreira, da cidade de Queimadas.
“A violência contra a mulher não pode ser vista como algo natural. Ela é fruto de uma cultura machista que maltrata as mulheres e coloca em risco as suas vidas, e por isso, é importante que nós, escola, família e sociedade, possamos enfrentar esta problemática de maneira assertiva, e será a partir deste projeto, por meio do protagonismo juvenil dos estudantes que atuaremos na sua prevenção e combate”, ressaltou Valquíria Alencar.
Segundo a presidente do Cendac, nesta região, o projeto será desenvolvido nas cidades de Campina Grande, Boa Vista, Queimadas e Cabaceiras. “Vamos realizar rodas de diálogo, palestras, oficinas e, ao final, formaremos comissões de enfrentamento à violência contra a mulher com os alunos e alunas que irão pesquisar sobre a história de brasileiras e paraibanas que contribuíram para a humanidade, seja na política, cultura, ciência, cidadania e ativismo e suas pesquisas serão expostas na segunda Mostra Mulheres Inspiradoras” explicou Valquíria Alencar.
Para a delegada da Mulher de Campina Grande, Maíra Mendes, são projetos como este que contribuem para educar meninos e meninas de maneira igualitária, evitando a disseminação de uma cultura machista e abusiva, seja em seus lares ou no ambiente escolar. “Neste ano de 2019, já instauramos cerca de 600 inquéritos para investigar casos de violência contra a mulher na cidade. Nosso país e o Nordeste ainda é muito machista, e através deste trabalho brilhante que o Cendac desenvolve auxilia o nosso trabalho enquanto agentes de segurança pública, conscientizando a juventude, sendo a escola o melhor local para a sua realização.”, ressaltou.
A secretária de Articulação Política, Ana Cláudia Vital, parabenizou o Cendac pela iniciativa e afirmou que o governador João Azevêdo tem entre seus compromissos a promoção da igualdade de gênero na administração estadual e a realização de políticas públicas para o enfrentamento da violência contra a mulher na Paraíba. “O governo tem investido na formação de agentes públicos da segurança para coibir os casos de violência contra a mulher, ampliado o número de delegacias e serviços de atendimento a estas mulheres vítimas de violência doméstica, a exemplo da Ronda Maria da Penha, e projetos como este ratificam o nosso compromisso através da educação para a consolidação da cidadania e do respeito aos direitos das mulheres”, enfatizou.
“As mulheres estão criando coragem para denunciar a violência que as acomete, e a maioria é praticada em seus lares. Elas buscam ajuda e orientação para fazer valer os seus direitos. Por isso, é cada vez mais importante conscientizar os jovens para que possamos construir juntos, governo, escola, família e sociedade, um mundo mais justo e sem violência para as mulheres”, afirmou a especialista em Direitos da Mulher, Joyce Borges, que palestrou sobre violência contra a mulher e feminicídio. Para ela, ainda há muito a caminhar e é preciso defender as conquistas que obtivemos estes anos, como a Lei Maria da Penha e a lei que pune o feminicídio (assassinato de mulheres devido ao seu gênero). “A educação é o caminho essencial para a construção desta sociedade sem violência de gênero”, disse.