O corpo de Gael de Freitas Nunes, morto aos três anos em São Paulo, chegou à Paraíba no fim da tarde desta quarta-feira (12). De João Pessoa, capital paraibana, ele será levado para o município de Prata, no Cariri do estado, onde acontecerão o velório e o enterro dele.
A previsão informada pela família é de que o corpo do menino chegue em Prata, cidade onde as famílias dos pais de Gael moram, entre 22h e 23h. A criança será levada para a casa da avó paterna, onde terá início a despedida da família. Depois, seguirá para a quadra Escola Cidadã Integral Francisco de Assis Gonzaga.
Inicialmente, apenas familiares e amigos mais próximos poderão participar do velório, por causa da pandemia. A família da criança ainda estuda uma forma para que as demais pessoas da cidade possam se despedir de Gael, mas de uma maneira segura.
O enterro está marcado para acontecer às 9h da quinta-feira (13), no cemitério Jardim Saudade.
Felipe Nunes, pai de Gael, e mais dois primos dele também desembarcaram em João Pessoa. Eles saíram do Aeroporto de Cumbica, em São Paulo, às 13h50.
O garoto morreu na segunda-feira (10) após ter sido encontrado com ferimentos no apartamento onde morava com a mãe, a tia-avó e a irmã adolescente, na Bela Vista, região central de São Paulo (entenda o crime no fim da reportagem).
A mãe da criança está presa e foi indiciada pela polícia por suspeita de matar o filho e teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de São Paulo. Ela nega o crime.
Mãe de Gael teve prisão preventiva decretada pela Justiça, mas nega crime
Andréia Freitas de Oliveira, mãe de Gael, foi presa na madrugada da terça-feira (11), menos de 24 horas após a morte do menino. De acordo com a polícia, a mulher, de 37 anos, é suspeita de ter cometido as agressões que levaram à morte da criança. O garoto chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Ela foi indiciada por homicídio qualificado por meio cruel. O motivo do crime ainda é investigado.
Ainda na terça (11), Andréia teve a prisão preventiva decretada pela Justiça de São Paulo. No mesmo dia, ela transferida para a penitenciária feminina I de Tremembé. A mulher deu entrada na P1 feminina por volta das 21h, após ser transferida do Centro de Detenção Provisória Feminino de Franco da Rocha.
Andréia ficará isolada em uma cela por 15 dias, atendendo aos protocolos sanitários contra a Covid-19.
O advogado Fábio Gomes da Costa, responsável pela defesa de Andréia Freitas de Oliveira, disse ao G1 que ela não se lembra do que aconteceu na noite do crime e que, ao ficar sabendo da morte do filho, chorou por 40 minutos.
Ele disse ainda que Andréia não assume a autoria do crime. “Ela está muito abalada e não se lembra de nada”, declarou Costa.
O advogado informou que vai pedir a prisão domiciliar ou a transferência para um hospital psiquiátrico, além de um exame de insanidade mental.
Pai de Gael não suspeitava que a mãe pudesse fazer algo contra o garoto
Felipe Nunes, o pai de Gael, disse que nunca imaginou que a ex-esposa, suspeita de agredir a criança e provocar sua morte, pudesse fazer algo contra o filho, pois sempre demonstrou ser amorosa com ele.
Felipe também contou que Gael era a realização de um sonho. “O grande sonho da minha vida era ter um filho. Ela me deu, e três anos depois ela me tirou”.
O último encontro entre Felipe Nunes e o filho aconteceu no domingo (9), Dia das Mães. Felipe passou o fim de semana com Gael e, no final do domingo, o levou de volta para a casa da mãe.
Morte de Gael
Gael morreu na segunda-feira (10). Ele estava com a mãe na cozinha quando a tia-avó entrou no cômodo, após ouvir choro e barulho de vidro quebrando. De acordo com a polícia, a mãe teve um surto psicótico.
Segundo o boletim de ocorrência, o menino foi socorrido e levado de ambulância para um hospital após ter sido encontrado desacordado, ferido e com parada cardíaca no apartamento na Bela Vista, no Centro da capital, onde morava com a mãe, a irmã dele de 13 anos e uma tia-avó.
A Santa Casa de Misericórdia informou que Gael morreu no hospital. Segundo o registro policial, médicos que o atenderam contaram que o menino tinha sinais de maus-tratos pelo corpo. O documento informa que ele tinha marcas de agressões na cabeça. A 1ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), no Cambuci, apreendeu um anel da mãe porque, segundo os investigadores, ele é compatível com uma lesão na testa da criança.
O motivo do crime ainda é investigado pela polícia, que requisitou câmeras de segurança do prédio onde a família morava para saber se elas gravaram algo que possa contribuir para o esclarecimento do caso.
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