O ministro da Educação, Abraham Weintraub, esteve nessa quinta-feira na sede da Polícia Federal em Brasília. A pedido do procurador-geral da República Augusto Aras, o ministro tinha sido intimado a depor sobre uma postagem nas redes sociais, na qual insinuava que a China poderia se beneficiar da crise mundial causada pela pandemia da Covid-19.

Augusto Aras viu indícios de crime de racismo e pediu que a Polícia Federal investigasse a conduta de Weintraub. A defesa do ministro pediu ao Supremo Tribunal Federal que ele pudesse escolher a data e o local do depoimento. Na noite dessa quarta-feira, o ministro do Supremo Celso de Mello disse que Abraham Weintraub só teria esse direito se fosse depor como testemunha, mas ele é investigado no caso.

Segundo a Agência Brasil, o depoimento do ministro da Educação estava marcado para as 15h. Ele chegou pouco depois das 14h20 e permaneceu na sede da polícia durante uma hora. Ao sair, Weintraub não falou com a imprensa, mas com um grupo de apoiadores. E defendeu a liberdade de expressão.

A deputada federal Carla Zambelli, do PSL de São Paulo, também prestou depoimento à Polícia Federal na tarde dessa quinta. Mas foi sobre outro inquérito, o que investiga a divulgação de fake news, ofensas e ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal e aos familiares deles. Ao deixar o local, Zambelli também defendeu a liberdade de expressão.

Abraham Weintraub também é investigado nesse inquérito das fake news. Na semana passada, a Polícia Federal foi até o gabinete dele, no Ministério da Educação, para tentar esclarecer declarações feitas na reunião do presidente Jair Bolsonaro com ministros, no dia 22 de abril. De acordo com o vídeo que registrou o encontro, Weintraub xingou e sugeriu a prisão dos 11 ministros do Supremo. No depoimento da semana passada, o ministro recorreu ao direito constitucional de manter o silêncio.

Foto: Marcelo Camargo.