Pesquisadores holandeses relataram ter identificado um anticorpo que impede o vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19, de infectar células. A descoberta é o primeiro passo para o desenvolvimento de um potencial tratamento de cura e prevenção do novo coronavírus. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira (4/5) na  revista científica Nature Communications. 

Segundo o Correio Braziliense, o estudo é encabeçado por pesquisadores da Universidade de Utrecht, do Erasmus Medical Center e do Harbor BioMed. Segundo eles, o anticorpo descoberto pode neutralizar a infecção em culturas celulares.”Esse anticorpo neutralizante tem potencial para alterar o curso da infecção no hospedeiro infectado, apoiar a eliminação do vírus ou proteger um indivíduo não infectado que é exposto ao vírus”, afirmou Berend-Jan Bosch, líder da pesquisa, em comunicado.

Bosch explica na publicação que observou que o anticorpo se liga a um domínio que é conservado no SARS-CoV e no SARS-CoV-2, explicando sua capacidade de neutralizar os dois vírus. “Esse recurso de neutralização cruzada do anticorpo é muito interessante e sugere que ele pode ter potencial na mitigação de doenças causadas por coronavírus relacionados que possam surgir futuramente”, esclareceu.

O coautor principal do estudo, o professor da Academia de Biologia Celular do Erasmus Medical Center, Frank Grosveld, explicou que os anticorpos terapêuticos convencionais são desenvolvidos primeiramente em outras espécies e, em seguida, precisam ser submetidos a um trabalho adicional para “humanizá-los”.

No entanto, o anticorpo usado neste trabalho é totalmente humano. “Isso permite que o desenvolvimento prossiga mais rapidamente e reduz o potencial de efeitos colaterais relacionados ao sistema imunológico”.A equipe que fez o estudo ressalta que ainda é necessário muito trabalho para saber se esse anticorpo é capaz de proteger os seres humanos do novo coronavírus, mas não esconde a empolgação com a descoberta. “Esta é uma pesquisa inovadora”, disse Jingsong Wang, fundador, presidente e CEO da HBM. “É necessário muito mais trabalho para avaliar se esse anticorpo pode proteger ou reduzir a gravidade da doença em humanos. Esperamos avançar no desenvolvimento do anticorpo com parceiros.”

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