A Caixa Econômica Federal quer liberar os saques da segunda parcela do benefício emergencial por meio de um calendário que não coincida com o cronograma de pagamentos do Bolsa Família. A ideia é evitar a formação de mais filas nas agências bancárias no final deste mês e foi apresentada ao presidente Jair Bolsonaro nesta segunda-feira (04/05).

Segundo o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, boa parte das filas que se formaram nos últimos dias nas agências da Caixa se explica porque o saque em espécie dos R$ 600 coincidiu com o pagamento do Bolsa Família. “Com isso, acabou misturando os dois públicos mais carentes, que são os não bancarizados”, explicou Guimarães, lembrando que a maior parte desses brasileiros preferem fazer o saque do benefício presencialmente nas agências porque não tem conta no banco e, por isso, tem dificuldade de movimentar os recursos pelos aplicativos do banco.Guimarães lembrou, por sua vez, que a definição do cronograma de pagamento da segunda parcela dos R$ 600 não depende só da Caixa.

O banco operacionaliza esse pagamento, mas quem define o seu cronograma é o Ministério da Cidadania. “Estamos ainda conversando. Tem que ter conversa com o ministro da Cidadania e também com o presidente da República, Jair Bolsonaro. Falei com ele hoje pela manhã, inclusive”, lembrou Guimarães, garantindo que o governo vai anunciar esse cronograma assim que possível. “Tendo aprovação do Ministério da Cidadania, anunciaremos esta semana, o mais rápido possível, certamente.

O objetivo é sempre reduzir filas”, afirmou.Responsável pela coordenação do benefício emergencial de R$ 600, o Ministério da Cidadania inicialmente disse que faria o pagamento da segunda parcela do auxílio entre os dias 27 e 30 de abril. Depois, chegou a dizer que anteciparia esses depósitos para o dia 23 de abril. Mas, depois, voltou atrás e acabou adiando o pagamento da segunda parcela dos R$ 600. O adiamento foi explicado pelo fato de que o número de pessoas que pediu o auxílio superou as expectativas do Executivo, forçando o governo a elevar o orçamento e a estender o período de análise cadastral e de pagamento da primeira parcela dos R$ 600. Ainda hoje, por sinal, mais de 6 milhões de pessoas esperam uma resposta do governo para saber se terão direito ou não ao benefício.

Segundo o Correio Braziliense, na semana passada, contudo, o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, afirmou que seria possível definir o novo cronograma de pagamento da segunda parcela dos R$ 600 no início desta semana. Isso porque esses 6 milhões de pessoas correspondem a menos de 3% dos brasileiros que solicitaram o auxílio no aplicativo da Caixa. Procurado nesta segunda-feira, o Ministério da Cidadania ainda não deu mais detalhes, contudo, sobre esse calendário.Para seguir a ideia da Caixa de não coincidir com os dias de pagamento do Bolsa Família, porém, o governo teria que começar a depositar a segunda parcela dos R$ 600 nos próximos dias. É que, neste mês, os depósitos do Bolsa Família começam no dia 16. E a Caixa procura liberar o saque em espécie do benefício emergencial somente alguns dias depois de os R$ 600 serem depositados nas contas dos brasileiros. A ideia é que o saque ocorra cerca de uma semana depois do depósito para que só vá à agência àqueles segurados que não têm conta do banco e, por isso, não conseguem movimentar o recurso de forma remota, pelo aplicativo da Caixa.

Ainda assim, a Caixa acredita que os saques da segunda parcela serão mais organizados que os da primeira. Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (04/05) para falar sobre as filas que têm se formado nas agências bancárias, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, alegou que o banco tem se organizado para atender esses brasileiros e reduzir as filas. E por isso, já vai fazer o pagamento da segunda parcela de forma mais preparada.

Além disso, lembrou Guimarães, o banco terá uma ideia mais clara de quantas pessoas devem ir às agências para fazer o saque do benefício na próxima rodada de saques, ao contrário do que ocorreu desta vez, quando o pagamento foi feito ao mesmo tempo em que os brasileiros se inscreviam para receber os R$ 600. “Vai ser mais organizado, porque não teremos a parte inicial de validação, de criar um banco de dados e validar. Poderemos nos organizar melhor”, prometeu Guimarães.

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