O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nomeou nesta segunda-feira (04) como novo diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre de Souza. Antes de ocupar o cargo de secretário de Planejamento na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) a convite de Alexandre Ramagem, entre 2018 e 2019, Souza foi superintendente da Polícia Federal em Alagoas. Ele também foi chefe do Serviço de Repressão a Desvio de Recursos Públicos e ocupou cargos de chefia na Divisão de Combate a Crimes Financeiros e na superintendência da PF em Rondônia.

Considerado como o número 02 de Ramagem na instituição, em 2007, ele chefiou a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol) em Rondônia. Rolando também fez parte da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), além de ser especialista em crimes financeiros.

A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) divulgou nota sobre a nomeação de Rolando afirmando que ele possui “um nome técnico e preparado para assumir a missão em um momento de muitos desafios”.

Segundo o Correio Braziliense, a nota diz ainda que “a Federação não se furtará à defesa intransigente dos trabalhos de investigação da Polícia Federal e de todos os policiais federais, buscando sempre a melhoria e independência das investigações criminais em nosso país”.

Depois de retirar Valeixo do cargo no último dia 24, Bolsonaro nomeou Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). No entanto, após o ex-juiz federal dizer que o presidente queria alguém do seu contato pessoal, para quem ele pudesse ligar e colher informações de relatórios de inteligência, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu a nomeação na última quarta-feira (29/4) falando de princípios de impessoalidade em sua justificativa. Bolsonaro, no entanto, disse que “não engoliu” a decisão, chamando o ato de “político”. 

A decisão de nomear Rolando Alexandre de Souza para chefiar a instituição é vista como uma solução para continuar os serviços da agência, enquanto Bolsonaro tenta reverter a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Além disso, enxerga-se como uma extensão da influência de Ramagem, que é amigo da família Bolsonaro.

Foto: Isac Nóbrega.