Pouco depois da entrevista de Bolsonaro, Maia conversou, pela internet, com o jornalista William Waack. Questionado sobre os ataques, o presidente da Câmara respondeu: “O presidente ataca com um velho truque da política, para mudar de assunto. Para nós, o assunto continua sendo a saúde”, disse.
Maia acrescentou que não responderá a Bolsonaro “no nível que ele quer que eu responda”. “O presidente não vai ter de mim ataques. Ele nos joga pedras, o Parlamento vai jogar flores ao governo federal.”
Maia ressaltou que o momento pede união em torno de um só objetivo: salvar vidas. “A crise é horizontal, o isolamento é horizontal, não vertical. Não escolhemos quem vamos salvar”, disse ele, em referência à estratégia proposta por Bolsonaro, em que só pessoas em grupo de risco adotariam o isolamento social. “Precisamos ter responsabilidade, sangue frio e pauta”, falou.
“O presidente passou 27 anos aqui [na Câmara dos Deputados], espero que tenha aprendido que aqui é a casa do diálogo”.
O deputado lembrou as propostas que estão em pauta na casa legislativa agora para tentar mitigar os efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus. Ele citou a aprovação do Orçamento de Guerra, a ampliação da renda básica emergencial e a criação de uma linha de crédito para o microempreendedor.
“Não podemos criar mais insegurança. Presidente, conte com a Câmara”, declarou.