O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou por um período “muito preocupante” nesta sexta-feira (2) e as próximas 48 horas “serão críticas” no enfrentamento à Covid-19, disse o chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, neste sábado (3), segundo a Associated Press.
De acordo com a agência de notícias, os comentários de Meadows contradizem a avaliação otimista do estado de saúde de Trump feita por sua equipe e médicos. Mais cedo neste sábado, em entrevista coletiva na Casa Branca, eles haviam dito que o presidente americano não chegou a receber oxigênio suplementar.
“Os sinais vitais do presidente ao longo das últimas 24 horas eram muito preocupantes, e as próximas 48 horas serão críticas no que diz respeito aos seus cuidados. Ainda não estamos em um caminho claro rumo à sua completa recuperação”, declarou Meadows a repórteres do lado de fora do hospital militar em que Trump está internado.
“Ainda não estamos em um caminho claro para uma recuperação completa”, afirmou Meadows, ainda de acordo com a AP.
Na manhã desta sexta, o chefe de gabinete havia dito que Trump tinha “sintomas leves” e que deveria permanecer trabalhando no cargo.
“O povo americano pode ficar tranquilo que temos um presidente que não só está no trabalho, mas que permanecerá no trabalho. E estou otimista que ele terá uma recuperação bastante rápida”, afirmou na ocasião a jornalistas na Casa Branca.
Segundo o G1, a primeira-dama, Melania, de 50 anos, também testou positivo para Covid-19, mas não foi hospitalizada.
O que diz a equipe médica
Em entrevista coletiva concedida neste sábado, o líder da equipe de médicos da Casa Branca, Sean Conley, informou que os sintomas de Trump agora são cansaço, congestão nasal e tosse, que estão sendo resolvidos e em processo de melhora.
Conley disse que o presidente não está respirando com a ajuda de aparelhos e não registra febre desde sexta-feira.
Data do diagnóstico
Na coletiva, Sean Conley disse ainda que o diagnóstico de Covid-19 para Donald Trump era conhecido já há 72 horas, ou seja, desde a tarde de quarta-feira. O anúncio oficial, no entanto, ocorreu apenas na noite de quinta, em uma postagem do presidente norte-americano no Twitter.
Ao ser questionado pelos jornalistas, Conley respondeu que os processos de testagem seguiram e que somente na quinta que o resultado do teste PCR confirmou a contaminação.
Tratamento experimental
A internação hospitalar Trump deverá durar alguns dias. O presidente norte-americano tem características que o tornam mais vulnerável a sintomas graves da Covid-19: ele tem 74 anos, sobrepeso e não há relatos que descrevem sua dieta como saudável ou que ele se exercite.
Trump recebeu um tratamento em fase experimental produzido pela farmacêutica Regeneron. Ainda em testes em humanos, os cientistas usam os linfócitos B (células que produzem os anticorpos) de pacientes que já tiveram a doença.
Foto: Alex Brandon.