O Ministério da Saúde registrou nessa quarta-feira (29) dois recordes: o país teve o maior número de casos novos de contaminação pelo novo coronavírus, com 70.074 notificações, e o maior número de mortes em 24 horas, com 1.595 pessoas. Com isso, o total de casos positivos passou de 2 milhões 553 mil e o de vítimas da doença chegou a 90.134.

O secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, atribuiu o aumento do número de casos ao aumento na testagem e à chegada do inverno, no dia 20 de junho.  

A explicação de Medeiros contraria a percepção da Organização Mundial da Saúde. Nessa terça-feira (28), a OMS informou que a pandemia do novo coronavírus era uma grande onda de contaminação, independente da sazonalidade, a época do ano. Isso porque países do hemisfério norte, que estão no verão, observam o aumento acelerado nos casos da doença, como os Estados Unidos e a Índia.

O boletim epidemiológico semanal, divulgado nessa quarta (29) pelo Ministério da Saúde, mostra que, após apresentar a primeira redução desde o começo da pandemia, o número de novos casos semanais no Brasil disparou. No começo do mês, eram 263 mil novos infectados por semana.  

Segundo a Agência Brasil, na semana passada, o relatório apontava 235 mil novos casos. Agora, os dados contabilizados do dia 19 a 25 de julho, indicam 319 mil notificações – alta de 21% em relação à semana anterior.

O Brasil é o segundo país com o maior índice de novos casos semanais, atrás apenas dos Estados Unidos, que registrou 465 mil novos casos em uma semana, e é seguido de perto pela Índia, que teve 298 mil novos contaminados no mesmo período.

O secretário Arnaldo Medeiros não relacionou o aumento de notificações com a reabertura das atividades econômicas no país. De acordo com ele, o fator que mais influencia o contágio da doença é mesmo a época do ano.  

Mesmo sem liderar em número de novos casos, o Brasil se mantém na liderança em número de mortes por semana, com um novo recorde no levantamento mais recente. De 19 a 25 de julho, o país teve 7.677 novas mortes, 5% a mais que o total da semana anterior. Esse percentual é o limite utilizado pelo Ministério da Saúde para indicar a estabilidade.

O diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças não Transmissíveis, Eduardo Macário, destacou que, apesar de estável, o número de mortes ainda é muito alto.

Os técnicos do Ministério da Saúde reforçaram a importância do uso da máscara e da etiqueta respiratória. São aquelas regrinhas de higiene, como lavar as mãos com água e sabão, não passar as mãos nos olhos, no nariz ou na boca.  

Eles também recomendaram que as pessoas sigam os protocolos do ministério e procurem atendimento médico assim que sentirem qualquer sintoma da Covid-19. Os mais comuns são a perda de olfato ou paladar, cansaço, dor de cabeça, tosse seca e febre.

Foto: Alex Pazuello.