Mais de 2 mil casos de síndrome respiratória aguda grave (Srag) e de síndrome gripal leve estavam sob investigação das autoridades de Saúde na Paraíba por suspeita de Covid-19 até a terça-feira (21). A informação, presente no boletim epidemiológico 10 divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), divulgado na terça-feira, apontou que 2.224 casos notificados por suspeita clínica para o novo coronavírus (Sars-Cov-2).

Ainda de acordo com o boletim epidemiológico 10, 19 mortes notificadas por suspeita de Covid-19 em 15 municípios paraibanos também estão sendo investigados. Segundo informações repassadas pela SES, a chegada do lote de 200 mil testes rápidos para o coronavírus, prevista para os próximos dias, vai dar maior celeridade aos casos notificados como suspeitos.

Segundo o G1, considerado os casos descartados e os confirmados até a terça-feira (21), a Paraíba já realizou a testagem de 1.462 casos para o novo coronavírus, sendo 301 confirmados e 1.161 descartados para Covid-19.

Ainda conforme a SES, há outras formas de confirmação além dos testes, como a confirmação clínica por vínculo de contato. Se uma pessoa testa positivo para Covid-19 e outras pessoas que moram na mesma casa são notificadas com os sintomas da doença, esses casos tidos como suspeitos já podem ser configurados como casos confirmados da doença causada pelo novo coronavírus.

Problemas de notificação

Outro problema apontado pelo boletim epidemiológico é a não atualização de informações de pacientes hospitalizados por Srag por parte das autoridades de saúde dos municípios paraibanos e também dos hospitais. Dos 567 casos hospitalizados por Srag, 539 deles, quase 95% do total, não apresentam informações suficientes dos pacientes.

São 382 pacientes hospitalizados por Srag com a classificação “em branco” e outros 157 casos de Srag com “etiologia não especificada”, contra 15 casos notificados como Covid-19, oito casos notificados como Influenza e outros cinco casos por outros vírus respiratórios.

A gerente executiva de Vigilância em Saúde da SES, Talita Tavares, explica que esse grande volume com informações incompletas prejudicam na atualização dos dados da Paraíba no Sistema de Informação de Vigilância de Gripe (Sivep), mantido pelo Ministério da Saúde.

“O boletim mostra justamente que existem instituições, municípios, que não alimentam o sistema com as informações. Por isso que fizemos uma avaliação técnica e indicamos o que precisa ser fortalecido dentro do sistema de vigilância”, explicou

De acordo com o boletim, cerca de 70% dos casos notificados por municípios e hospitais estavam em aberto no Sivep. É papel dos municípios abrir as notificações, acompanhar e encerrar os casos em um prazo de 30 dias.

Conforme a SES, todos os casos hospitalizados por síndrome respiratória são testados para Covid-19 e os laudos emitidos pelo Laboratório Central de Saúde Pública da Paraíba (Lacen-PB) a partir dos exames nos pacientes internados são encaminhados para municípios e instituições de saúde. “A SES recomenda que a partir da liberação do resultado do exame pelo Lacen os casos sejam imediatamente encerrados no sistema da informação para permitir que todas as esferas de gestão tenham acesso a dados atualizados e consistentes, evitando o uso de planilhas paralelas”, informa o boletim epidemiológico.

A falta de atualização no sistema pode acarretar em uma discrepância entre os dados reais monitorados e os dados contabilizados, podendo, inclusive prejudicar no repasse de verbas a partir do Ministério da Saúde, tendo em vista que os dados do Sivep são considerados para o envio de ajuda financeira para os governos estaduais.

Foto: Yves Herman