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Haddad diz que pressões inflacionárias em função das chuvas no RS afetam curto prazo

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as pressões inflacionárias decorrentes da tragédia ambiental que assolou o Rio Grande do Sul afetam o desempenho da economia a curto prazo, mas que elas estão sendo administradas pelo governo federal. A situação no estado foi citada na última ata do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira (25), como fator de incerteza para o cenário econômico do país.

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“Tem uma pequena pressão inflacionária em função do que aconteceu no Rio Grande do Sul. Essa é uma inflação que afeta o curto prazo. O horizonte do Banco Central é de médio e longo prazo. Então, não faz muito sentido levar em consideração o que está acontecendo no Rio Grande do Sul para fins de política monetária. Porque os juros de hoje estão afetando 12 meses para frente, quando as questões do Rio Grande do Sul todos estão trabalhando para ser superada. Tem essas pressões de curto prazo, mas que estão sendo administradas”, afirmou Haddad.

Além disso, o ministro comentou que a ata do Copom “transmite a ideia de que está havendo uma interrupção para avaliar o cenário interno e externo para que o Copom fique à vontade para tomar decisões a partir de novos dados”.

Ata do Copom

A ata do Copom afirma que a decisão pela manutenção da taxa de juros em 10,50% ao ano foi devido, entre outras razões, à elevação das projeções de inflação. Além disso, o colegiado destacou que “eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”. As projeções de inflação são de 4,0% para 2024 e 3,4% para 2025. Na comparação com ata da reunião anterior do comitê, realizada em maio, houve alta. Antes, as estimativas eram de 3,8% para 2024 e 3,3% para 2025.

“O Comitê avaliou que a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação, como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas. O Comitê se manterá vigilante e relembra, como usual, que eventuais ajustes futuros na taxa de juros serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta”, diz a ata.

De acordo com o R7, o Copom destacou também que a manutenção da Selic a 10,50% “implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica”. “A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária.”

Questionado se havia lido a ata, Haddad relatou que “deu uma passada de olho agora pela manhã”. “Não tem nada de muito diferente do que o comunicado, o que é bom, e transmite a ideia de que está havendo uma interrupção para avaliar o cenário interno e externo para que o Copom fique à vontade para tomar decisões, a partir de novos dados… Eventuais ajustes, se for necessário, sempre podem acontecer. O que é importante frisar é que a diretoria fala numa interrupção do ciclo, e me parece que é uma diferença importante”.

Foto: Vinicius Loures.

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