O corpo de Alexei Navalny, que morreu na última sexta-feira (16), está escondido para sumir com vestígios de assassinato, afirmou a porta-voz do opositor russo, Kira Yarmysh, nas redes sociais, nesta segunda-feira (19).
Desde que a morte foi anunciada, a causa da morte não foi informada e o governo russo disse não ter nenhum detalhe a respeito. O Kremlin disse apenas que está investigando o caso.
A declaração de Yarmysh acontece no mesmo dia que a mãe de Navalny, Lyudmila Navalnaya, afirmou que não conseguiu ver o filho pelo terceiro dia consecutivo. Todas às vezes, ela diz que ao chegar no necrotério, não é autorizada a entrar ou fica horas esperando.
A família e aliados informaram que Lyudmila recebeu no último sábado a confirmação da morte do filho. Porém, desde então, o governo russo diz que não entregará corpo até concluir investigação da causa da morte.
A porta-voz de Navalny disse que os investigadores russos transferiram o corpo de uma colônia penal no Ártico para a cidade vizinha de Salekhard, onde seria examinado. A expectativa dos familiares era que o corpo já estivesse liberado.
Porém, a porta-voz de Navalny afirmou que o Comitê de Investigação, responsável pelas investigações penais na Rússia, comunicou que o inquérito sobre a morte de Navalny “foi prolongado”.
“Não se sabe até quando vai prosseguir. A causa da morte continua sendo ‘indeterminada’. Eles mentem, tentam ganhar tempo e nem sequer escondem”, completou
O Kremlin também confirmou que a investigação “segue em curso” e não chegou a nenhuma conclusão.
Nas redes sociais, porém, a porta-voz de Navalny afirmou que o teste de 14 dias para descobrir a causa é uma “mentira descarada”. Para ela, o tempo será usado esconder sinais de que ele foi morto.
Morte de Navalny
O Serviço Penitenciário Russo (FSIN) informou que Alexei Navalny morreu na sexta-feira, depois que perdeu a consciência durante uma caminhada.
Navalny, de 47 anos, era um ex-advogado que ficou conhecido ao fazer acusações de corrupção ao governo do presidente Vladimir Putin. Ele se apresentava como um político liberal e principal adversário do atual presidente.
Na década de 2010, por exemplo, liderou um movimento contra Putin que levou milhares de pessoas às ruas do país. Já em 2018, ele convocou outra manifestação chamada de “greve de eleitores” após Putin ser eleito.
O opositor do atual governo foi sentenciado à prisão até completar 74 anos por acusações que, segundo ele, foram forjadas para mantê-lo afastado da política.
De acordo com o G1, os Estados Unidos e a União Europeia culparam o governo Putin pela morte. O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, afirmou estar “profundamente entristecido e perturbado” pela morte e exigiu que a Rússia esclareça as circunstâncias do ocorrido.
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