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Na cúpula do Brics, Lula fala em ampliar relações comerciais com a África

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (22) que quer ampliar o fluxo comercial do Brasil com o continente africano. Em seu discurso no Fórum Empresarial do Brics — grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul —, o chefe do Executivo afirmou que “há muito espaço para crescer” nas relações com a África.

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“É inaceitável que, em 2022, o comércio do Brasil com a África tenha diminuído em um terço com relação a 2013, quando era de quase US$ 30 bilhões. O fluxo comercial com a África ainda corresponde a apenas 3,5% do comércio exterior do Brasil. Nossa rede de acordos comerciais também é incipiente. Os acordos do Mercosul com a África Austral e com o Egito datam de meu segundo mandato”, comentou Lula.

De acordo com o presidente, “a África reúne vastas oportunidades e um enorme potencial de crescimento”. “Hoje, mais de 65% das exportações do Mercosul para a África foram para países com os quais não há acordo em vigor. Há muito espaço para crescer […] A África tem 65% das terras agricultáveis disponíveis no mundo e forte vocação para ser uma potência agrícola, com capacidade para alimentar seu povo e oferecer soluções para a segurança alimentar global”, ressaltou.

No discurso, Lula enfatizou a importância dos laços diplomáticos do Brasil com países africanos. “Além de um passado que nos une, compartilhamos uma visão de futuro. Em meus dois primeiros mandatos, o continente africano foi uma prioridade. Fiz 12 viagens à Africa e estive em 21 países. O Brasil está de volta ao continente de que nunca deveria ter se afastado”, afirmou.

“A África está construindo um ambicioso projeto de zona de livre comércio: 54 países, 1,3 bilhão de pessoas e um PIB de mais de US$ 3 trilhões. Neste continente, que é o mais jovem do mundo e será o mais populoso em 2100, são inúmeras as oportunidades para produtos brasileiros como alimentos e bebidas, petróleo, minério de ferro, veículos e manufaturas de ferro e aço”, acrescentou o presidente.

Moeda comum e preservação ambiental

No discurso, Lula voltou a defender a instituição de uma moeda comum para transações comerciais entre os países do Brics. “Para que o investimento volte a crescer e gerar desenvolvimento, precisamos garantir mais credibilidade, previsibilidade e estabilidade jurídica para o setor privado. Por essa razão, tenho defendido a ideia de adoção de uma unidade de conta de referência para o comércio, que não substituirá nossas moedas nacionais”, disse.

“As necessidades de financiamento não atendidas dos países em desenvolvimento continuam muito altas. A falta de reformas substantivas das instituições financeiras tradicionais limita o volume e as modalidades de crédito dos bancos já existentes”, acrescentou.

De acordo com o R7, o presidente também disse que o Brasil e o continente africano têm o desafio de garantir a preservação de florestas tropicais, como a floresta amazônica e a floresta do Congo. “Compartilhamos a responsabilidade de cuidar de florestas tropicais e preservar a biodiversidade. Temos em comum a preocupação de combater processos de desertificação. Os serviços ambientais e ecossistêmicos que as florestas tropicais fornecem para o mundo devem ser remunerados de forma justa e equitativa.”

Foto: André Borges.

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