O Centro de Apoio à Criança e ao Adolescente (Cendac) realizou, nessa quarta-feira (26), o Seminário “Infância Mutilada – uma ação contra a violência e a exploração sexual de crianças e adolescentes”. O evento teve como objetivo discutir meios e fortalecer a rede de combate à exploração sexual e a violência contra crianças e adolescentes na Paraíba e contou com a participação de Marília França, da Secretaria de Desenvolvimento Humano; da coordenadora do Centro de Referência da Mulher Ednalva Bezerra, Liliane Oliveira; do vereador Marcos Bandeira e, por meio de vídeo, da coordenadora do Comitê Nacional de Combate à Violência contra Crianças e Adolescentes, Karina Oliveira.
“Nosso objetivo é sensibilizar a sociedade e contribuir com os profissionais que atuam na rede de proteção infanto-juvenil do Estado da Paraíba para prevenir e erradicar este crime bárbaro, que deixa marcas para sempre nas vítimas e nas famílias afetadas”, ressaltou a presidente do Cendac, Valquíria Alencar.
Apesar de ser uma temática presente na mídia e na sociedade em geral, o abuso e a exploração sexual infanto-juvenil ainda é pouco discutida nos lares brasileiros, tornando-se um tema tabu, o que dificulta a descoberta do crime, a punição ao agressor e a assistência adequada à vítima.
A advogada e integrante do Centro da Mulher 8 de Março, Laryna Lacerda, definiu para o público participante do Seminário, composto por moradores de comunidades atendidas pelos projetos do Cendac e profissionais da rede de enfrentamento à violência e exploração sexual, os conceitos trabalhados pelo evento e como identificá-los. Ela apresentou também as principais consequências causadas por esses tipos de crimes, que afetam, principalmente, a saúde mental das vítimas.
“É preciso que as políticas públicas sejam fortalecidas, assim como a rede que atua nestes casos para que eles sejam evitados e não vejamos mais tantas crianças e adolescentes com seus direitos e vidas violados. A atuação em rede é muito importante, mas principalmente, a participação dos governos neste combate se faz essencial”, enfatizou. Laryna lembrou ainda das legislações protetivas para este público, como o Estatuto da Criança e do Adolescente e as leis Joana Maranhão e do menino Bernardo, que foi morto pelo pai e a madrasta, em 2014, no Rio Grande do Sul.
A coordenadora do Disque Denúncia 123, Raianne Alves, apresentou como funciona o serviço, ligado à Secretaria de Desenvolvimento Humano do Estado da Paraíba, e quais as ações já foram realizadas nestes quase 10 anos de trabalho. “Precisamos falar sobre estes temas, que ainda são tabus nas famílias e para isso é importante a participação de todos, e das instituições, como escolas, igrejas, a mídia. Muitas vezes é na escola, na igreja, numa roda de amigos, que a criança ou o adolescente se sente à vontade para falar sobre o que está acontecendo e pedir ajuda. O Disque 123 também é outro canal importante para receber denúncias de violência e exploração sexual, e encaminhar para os serviços especializados, os casos que chegam, buscando oferecer a melhor assistência às vítimas”, afirmou.
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