Filho mais jovem do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan Bolsonaro não compareceu ao depoimento à Polícia Federal que havia sido agendado para esta sexta-feira (17). A PF apura se Jair Renan cometeu os crimes de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
O inquérito foi aberto em março a pedido do Ministério Público Federal, com base em denúncia apresentada por parlamentares de oposição ao governo. O depoimento deve ser remarcado para a próxima semana, segundo apurou a TV Globo.
O advogado Frederick Wassef, que defende Jair Renan, disse à TV Globo que o filho mais novo do presidente “está de cama e tomando antibiótico entre outros medicamentos” e, por isso, faltou ao depoimento.
“[Ele] foi vítima desta nova virose que se espalhou pelo Rio de Janeiro e São Paulo”, afirmou Wassef.
De acordo com o advogado, o inquérito faz parte de “atos coordenados para atingir o presidente Bolsonaro” e que Jair Renan não recebeu vantagens indevidas.
Entenda a investigação
A PF investiga se Jair Renan atuou a favor da empresa dele junto ao governo federal.
A Bolsonaro Jr Eventos e Mídia foi criada no final do ano passado. A festa de inauguração do escritório teve cobertura de fotos e vídeos feita de graça por uma produtora que prestava serviços para o governo federal.
Nas redes sociais da empresa do filho do presidente havia, à época da abertura das investigações, fotos de duas peças de mármore que decoram o escritório.
A empresa Gramazini, do ramo de mineração e construção, foi marcada nessa publicação. Um dos sócios da Gramazini foi à festa de inauguração da empresa.
Um parceiro comercial do filho do presidente, Allan Lucena, que dividia o escritório com ele, disse que ganhou um carro elétrico da empresa Neon Motors, ligada a esse mesmo grupo empresarial, como revelou o jornal “O Globo”.
Em um vídeo, Allan Lucena aparece saindo do carro que, segundo ele, foi doado pelas empresas “Gramazine e grupo WK”.
Em outro vídeo, publicado na rede social de uma empresa envolvida na doação, é possível ver Renan caminhando no pátio de uma empresa de granito do grupo, no Espírito Santo. Ao fundo, aparece um carro como o que foi doado ao parceiro do filho do presidente.
A PF investiga se, em novembro do ano passado, Renan Bolsonaro atuou para que o grupo empresarial conseguisse duas reuniões no Ministério do Desenvolvimento Regional para falar sobre um projeto de construção de casas populares.
À época da abertura do inquérito, o Ministério do Desenvolvimento Regional disse que as reuniões foram marcadas a pedido de Jair Fonseca, um assessor especial do presidente da República.
De acordo com o g1, Renan Bolsonaro e o parceiro comercial dele, Allan Lucena, participaram pessoalmente das duas reuniões no ministério, ao lado de empresários — um deles da Gramazini — em novembro do ano passado.
Em uma dessas reuniões, o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) estava presente. Na agenda pública, só o nome do assessor da presidência aparece — não há menções ao filho do presidente ou aos empresários.
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