A China retirou o embargo à carne brasileira que vigorava desde o dia 4 de setembro, informou o Ministério da Agricultura nesta quarta-feira (15).
“Com isso, a certificação e o embarque da proteína animal para a China serão normalizados e podem ser retomados a partir de hoje”, disse o governo, em nota.
“Nós recebemos a orientação de que eles [os chineses] vão aceitar a carne que foi produzida desde que o certificado venha ser emitido a partir da data de hoje. Então, estamos acertando esse procedimento e vamos passar a orientação ainda hoje ao setor privado”, disse o secretário de Defesa Agropecuária, José Guilherme Leal, em entrevista coletiva, nesta quarta.
De acordo com o g1, o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, acrescentou ainda que nenhum certificado foi emitido depois do dia 4 de setembro e antes do dia 15 dezembro.
Segundo Leal, o governo já esperava por uma resolução da situação com a China. “Tivemos reuniões com as autoridades sanitárias chinesas durante vários períodos e nós já tínhamos concluído as ultimas informações, que foram entregues pela nossa embaixada, em Pequim, há um mês”.
Embargo
A China é o maior comprador da carne brasileira. Em setembro, as vendas para o país asiático foram suspensas após dois casos atípicos de vaca louca terem sido notificados em Minas Gerais e Mato Grosso (saiba o que é a doença aqui).
A medida atendeu a um protocolo sanitário firmado com a China, que prevê interrupção do comércio em caso de identificação da doença.
A decisão de retomada, por outro lado, dependia da China, que manteve o veto por 3 meses mesmo após a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ter informado que as ocorrências não representavam risco para a cadeia de produção bovina brasileira.
Principal mercado
A China é o principal mercado da carne bovina brasileira e compra quase metade das cerca de 2 milhões toneladas que o país exporta.
Por conta da suspensão, as exportações totais de carne do Brasil caíram 43% em outubro, em relação a igual mês de 2020, e mais 47% em novembro, na mesma base de comparação, segundo a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
Apesar disso, o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Orlando Leite Ribeiro, avalia que as exportações totais do Brasil não deverão ser muito impactadas.
“No ano passado, nós exportamos para o mundo pouco mais de US$ 8 bilhões em carne bovina. Cerca de US$ 4 bilhões foram para a China. Esse ano, o resultado deve ser muito parecido. Então, a gente acredita que, se houver uma diferença, não será superior a 2%”, afirmou.
Com o embargo, o valor do boi caiu no país nos meses de setembro e outubro – mas o preço da carne não diminuiu nas prateleiras dos mercados (saiba mais aqui). Desde novembro, contudo, a arroba do boi voltou a subir.
Foto: Vivi Leão/g1