Os fisioterapeutas do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires que atuam nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) Covid criaram o “Pote da Esperança”, no qual é depositado o cuff de extubação que integra a cânula endotraqueal, utilizada pelos pacientes intubados. A ação é uma forma de marcar um momento importante na vida do paciente que consegue vencer o processo de intubação.
“O cuff tem a função de selar a via aérea evitando escape de ar, passagem de líquidos e secreção para as vias aéreas mais inferiores, além de ajudar na fixação do tubo”, esclareceu Natasha Felipe, coordenadora de Fisioterapia da UTI Covid 5 e 7.
O propósito da criação se deu pelo momento em que o paciente e a equipe vencem mais uma fase do tratamento e chega até a extubação. “A ideia de um pote de esperança no qual colocamos os cuff de extubação de cada paciente que conseguiu vencer o processo de intubação orotraqueal é inspirador, pois nos faz refletir como cada detalhe pode mudar o prognóstico e o futuro de pais, mães, filhos, irmãos, avós, enfim os amores de alguém. Cada paciente que abre os olhos, aperta nossa mão ou sorri é algo a ser comemorado e inspirado, pois nosso papel é desenvolvido com amor e empatia”, expressou Saionara Açucena, fisioterapeuta da UTI Covid 7.
Já houve relatos de pacientes que pediram para levar o cuff, como um sentimento de troféu. “Esse momento é de fato uma vitória para todos. Temos guardado o cuff dos pacientes, e um deles chegou a ver e pedir para guardar de recordação, mas entendeu que ficando aqui conosco ficaria também um pouco da lembrança em que ele esteve aqui e saiu vencedor”, declarou a fisioterapeuta Tereza Isabel.
A arte do pote foi cuidadosamente desenvolvida pela enfermeira da instituição Benigna de Lima, que já realiza um trabalho de escrita nos capotes dos profissionais. “O pote está regado de sentimento. Fiz com muito carinho para esse momento tão especial. Precisamos estar envoltos de fé e esperança, pois os dias não são fáceis, mas iremos vencer”, afirmou a enfermeira.
Segundo a coordenadora da Fisioterapia, Laryssa Marcela, a definição do momento da extubação de pacientes com Covid-19 exige precisão. “Para determinar se o paciente é elegível à extubação, um dos principais critérios é o restabelecimento de parâmetros ventilatórios controlados, que devem marcar FiO2 <40% e PEEP<8, analisamos ainda uma série de outros fatores, para que tudo ocorra de forma segura para ele”, explicou.
A coordenadora acrescentou ainda que mais potes foram distribuídos nas outras UTIs da instituição. “Todos abraçaram a ideia e estão motivados a coletar o máximo de cuff possível, e saber que aquela quantidade significará vidas de volta às suas famílias”, concluiu.
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