Após a repercussão negativa do anúncio feito pela Conmebol de que o Brasil vai sediar a nova edição da Copa América, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse ao Congresso em Foco que o governo não parece não estar sensível ao número de mortos registrados no país. Nos próximos 20 dias nós devemos passar dos 500 mil mortos, meio milhão de mortos. Não me parece que o governo é sensível à morte. Já teve o primeiro mil, os primeiros 50 mil, os primeiros 100 mil, 300, 400… e morte não tem apelo, falou.
Pelas redes sociais, Conmebol, responsável pelo evento, comemorou na manhã desta segunda-feira (31), a decisão do presidente Jair Bolsonaro de abrir as portas do país para realização do torneio. Anteriormente o grupo havia procurado a Argentina e a Colômbia, mas ambos os países recusaram ser sede devido ao alto número de casos de Covid-19.
“Nos próximos 20 dias nós devemos passar dos 500 mil mortos, meio milhão de mortos. É um total contrassenso. Os números de mortos estão subindo, a massa de vacinados está baixa. Não é momento para isso”, apontou.
Mandetta também criticou o presidente Jair Bolsonaro: “Parece que o presidente está respondendo e-mail de futebol mais rápido que de vacina. Tá ligeiro com isso”.
Em comunicado informando da nova sede do evento, a Conmebol agradeceu a Bolsonaro e à CBF por “abrir as portas” do país para o evento “mais seguro do mundo”.
De acordo com o ex-ministro, a melhor decisão seria cancelar os jogos e esperar a vacinação ampla. Mandetta também classifica como impossível realizar o evento com a devida segurança. “Eu acho que o bom senso era cancelar. Deixa todo mundo vacinar. O mundo não vai acabar por isso. Ano passado adiaram os jogos olímpicos. Não tem porque manter uma copa américa. Não tem como fazer isso com segurança. Não é o momento”, disse.
As críticas foram repetidas por Mandetta nas redes sociais, chamando o de “Cova América”:
Foto: José Cruz.