O contra-almirante da reserva e Presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Antônio Barra Torres, deu seu depoimento à CPI da Covid que está sendo realizada pelo Senado Federal nas últimas semanas. Em um longo testemunho, o chefe da agência afirmou se arrepender de ter saído ao lado do presidente durante um ato em frente ao Palácio do Planalto em março de 2020.
Segundo o msn, Barra Torres participou de ato em apoio a Bolsonaro logo no início da pandemia de covid-19
Antonio Barra Torres reforçou as teses de comando paralelo na administração da pandemia pelo governo Bolsonaro. Mas chamou atenção em seu testemunho a tentativa de se distanciar do presidente que o indicou ao cargo. Além disso, ele afirmou que “se tivesse pensado cinco minutos”, não teria participado do ato em apoio a Bolsonaro em março de 2020.
“Eu estive no Palácio do Planalto em conversa particular com o presidente naquele dia. Havia, sim, uma manifestação na área em frente ao Palácio do Planalto, e, quando eu cheguei, o presidente deslocou-se para a proximidade dos seus apoiadores, o que é comum”, afirmou.
“Presidente tem essa interação com o público. Ele fez isso e faz isso, diversas vezes. Cumprimentei com o cotovelo, que era o cumprimento preconizado na época. Ainda não se usava esse toque de mão. Tirei algumas fotos, aguardei ali que ele terminasse a interação com seus apoiadores. Tratamos do assunto que tínhamos a tratar, e cada um foi para o seu lado”, disse.
Barra Torres se soma a outros militares que se afastaram do governo Bolsonaro e confirma que governo contribui para o avanço da pandemia no país
O suposto membro técnico da Anvisa afirma ter se arrependido de ter participado da ação política. “Até porque esse assunto não era nenhum assunto que necessitasse de urgência para ser tratado. De minha parte, digo que foi um momento que não refleti na questão da imagem negativa que isso passaria e certamente depois disso nunca mais houve esse tipo de comportamento meu, por exemplo”, disse.
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