Criado inicialmente para atuar na pandemia do novo coronavírus, o Centro Estadual de Regulação Hospitalar para Covid-19 (CERH) completa um ano de funcionamento nesta terça-feira (23). O setor tem o papel de dar o acesso do usuário aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS) e prover os recursos necessários para a assistência à sua saúde no tempo oportuno.
A implantação de um centro regulador como estratégia de gestão em Saúde Pública tem como objetivo principal unir as ações voltadas para a regulação do acesso na área hospitalar propiciando o ajuste da oferta disponível às necessidades imediatas da população. A gerente executiva de Regulação e Avaliação da Assistência da SES, Carolina Lucena, pontua que este processo se inicia com a solicitação do estabelecimento de saúde onde o paciente se encontra e a necessidade de transferir essa pessoa que está suspeita ou confirmada com Covid-19 aos hospitais de referência que constam no Plano Estadual de Contingenciamento.
“Temos uma equipe formada por médicos, enfermeiros e videofonistas que trabalha em um serviço de 24 horas, analisando cada caso específico e classificando o risco através de informações sobre as condições clínicas, exames complementares e diagnóstico médico. Esses profissionais utilizam protocolos para caracterizar a necessidade de internação de determinado paciente, sendo enfermaria ou UTI, e encaminham essa solicitação para o hospital de referência”, explica.
A gerente afirma que, desde a sua implantação até o momento, foram feitas 9.812 regulações na Paraíba. Em 2020, os meses de maio e junho foram os de maior demanda de internação hospitalar, com média de 45 e 35 internações/dia respectivamente. Esse cenário mudou em 2021. Por exemplo, em janeiro, a Central de Regulação regulava, em média, 24 pacientes por dia. Em fevereiro esse número foi para 31 e em março a média subiu para 68 pacientes regulados ao dia.
Carolina Lucena afirma que a Paraíba está em um momento crítico, mas que ainda não pode ser caracterizado como colapso da Rede Hospitalar. “Existe uma fila, mas esses pacientes que estão aguardando ainda estão sendo atendidos em unidades que têm suporte de oxigênio e estrutura para ser assistido. Ele só não está em um hospital de referência. O processo de colapso se dá quando as UPAs não conseguem mais receber pacientes, por não ter capacidade, quando o SAMU fica com macas retidas e quando o paciente está em casa sem ter para onde ir”, observa.
O secretário executivo de Saúde da Paraíba, Daniel Beltrammi, reforça a importância do Centro Estadual de Regulação Hospitalar para Covid-19 e afirma que, hoje, a gestão sabe quem está precisando de leitos e, mais que isso, sabe quem precisa primeiro dessa vaga. “O Centro salva porque entrega, em tempo oportuno, a vaga que o paciente precisa para começar a ser cuidado e isso é decisivo. Se não tem uma área de inteligência em saúde como essa, a gente perde vidas, a gente perde a autonomia, a capacidade, as pessoas se prejudicam. Nós não vamos descansar nem um minuto. Seria uma tragédia se o Centro Estadual de Regulação Hospitalar não tivesse funcionando”, pontua.
A Central Estadual de Regulação Hospitalar para o Covid-19 funciona em contato direto com os municípios, para habilitar a internação de pacientes com síndrome gripal, com necessidade de tratamento em rede especializada.
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