Uma mulher, de 42 anos, fingiu estar passando mal e pediu socorro no posto de saúde, escrevendo “SOS Ajuda” no prontuário médico, em Cidreira, no Litoral Norte do Rio grande do Sul. De acordo com a Polícia Civil, ela sofreu agressões, por 15 dias, e era mantida em cárcere privado pelo namorado, de 38 anos.
A enfermeira que a atendia acionou a Brigada Militar e o agressor foi preso em flagrante.
Segundo o G1, o caso aconteceu por volta das 19h de segunda-feira (15). Segundo o delegado Alexandre Souza, a mulher relatou ser vítima de violências desde o início do relacionamento, em agosto do ano passado.
“Ele é agressivo, ameaçava ela e a família. Há cerca de 15 dias, se mudaram para Cidreira, e durante esses 15 dias o autor manteve a vítima em cárcere privado. Quando saía, levava as chaves. Batia nela diariamente, mantinha relação sexual forçada, humilhava psicologicamente”, resume o delegado.
A mulher não conseguia denunciá-lo porque, sempre que ela falava com familiares pelo celular, ele ficava ao lado dela. “Ele mantinha pressão psicológica, além de física e sexual”, detalha o delegado.
Na segunda-feira, a mulher simulou que estava passando mal e foi levada pelo agressor ao posto 24 horas da cidade. Segundo o delegado, o homem ficou ao lado dela durante todo o atendimento. Em um momento de distração, ela conseguiu pedir a ajuda escrevendo a mensagem para a enfermeira.
“Louvável a participação pró-ativa da vítima, que simulou que estava passando mal”, afirma o delegado.
O homem foi preso em flagrante pelo cárcere privado, e já teve a prisão preventiva decretada. Ele será investigado pelas acusações de agressões e estupro. A mulher tem lesões nos braços e nas pernas.
“Vamos ouvir os dois de novo, encaminhar ela pra exame de violência sexual, pra ver se compatível com estupro e ouvir as testemunhas”.
‘Três páginas de ficha policial’
Segundo o delegado, a mulher nunca havia registrado boletim de ocorrência contra o agressor. Porém, ele possui longo histórico de crimes.
“Ele tem uma ficha de três páginas. É um sujeito altamente agressivo. Desde 2002 já tem ocorrências de Maria da Penha”, diz. O homem também respondeu por crimes como tráfico.
“Ele dizia que tinha arma e ameaçava os filhos dela [de outro relacionamento]. Quando a espancava, botava som alto pra ninguém ouvir, falava que sabia onde bater para não deixar marcas”, aponta.
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