A Câmara dos Deputados investiga o ‘uso criminoso’ do nome do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), no envio de mensagens por celular e ligações telefônicas. As apurações são feitas pelo Departamento de Polícia do parlamento e buscam identificar estelionatários que têm se passado por Lira para ligar para outros parlamentares e pedir dinheiro.
— Pegaram a minha foto de WhatsApp e botaram em outro número. Aí ligam e mandam mensagens para deputados pedindo dinheiro, dizendo que tenho alguma emergência: que o meu carro quebrou, que estou com parente doente. É bom que isso seja divulgado para que ninguém mais caia nesse golpe. Três deputados já foram prejudicados por acreditar que se tratava de mim — disse Lira ao GLOBO, ressaltando que, além dele, outros parlamentares também tiveram seus perfis de WhatsApp “clonados” em números falsos.
A Polícia Legislativa identificou que um dos números usados para se passar por Lira se encontra no presídio da Papuda, em Brasília.Por meio de nota, a Câmara afirmou que “todas as medidas preventivas de segurança estão sendo tomadas, inclusive junto à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)”.
Falso assessor
Também deputado federal, Carlos Jordy (PSL-RJ) foi vítima de golpe semelhante.
— Estelionatários ligaram para pessoas que estão na minha agenda telefônica e, apresentando-se como meus assessores, com número de Brasília, afirmaram que poderiam ajudar essas pessoas a obter contratos em estados e municípios em troca de apoio financeiro para a minha eleição do ano que vem — disse o parlamentar ao GLOBO.
Assim como Lira, Jordy registrou queixa-crime no Departamento de Polícia da Câmara.
Foto: Luis Macedo.