A Fundação Desenvolvimento da Criança e do Adolescente “Alice de Almeida” (Fundac) iniciou mais uma oficina dentro do projeto Revelando Campeões, do eixo Esporte, Cultura e Lazer. O Projeto, que já desenvolve a oficina de capoeira no Centro Educacional do Adolescente, em Sousa, agora, leva o esporte para os socioeducandos do Complexo Lar do Garoto.
Segundo Nilton Santos, coordenador do Eixo responsável pelo Projeto, a oficina propõe colocar a capoeira como elemento construtor de identidade e de autoaceitação étnico-racial, reflexo no ambiente da socioeducação em comunhão com a vida em comunidade. Nesta oficina, além do aprendizado da dança, da luta, há também a abordagem do aspecto cultural da música, através da percussão.
De início a música será o convite para que os adolescentes acessem o aprendizado desta tradição cultural que reúne num só elemento 3 categorias: dança, luta e música. “Um ponto forte da oficina consiste na filosofia de que a capoeira ensina disciplina e respeito pelos companheiros”, explicou Nilton Santos.
“A capoeira ensina o respeito pelo ser humano, constrói a possibilidade de um cidadão consciente de seus direitos e deveres, além de valorizar o conhecimento ancestral da tradição popular e cultural do Brasil. Acredito que no contexto da socioeducação, a capoeira pode ressignificar valores e estabelecer relações de respeito, disciplina e boa convivência”, explicou o oficineiro e mestre em ioga Edno Rodrigo dos Santos Silva.
“A oficina de capoeira é mais um fruto inovador do Projeto Revelando Campeões. Uma verdadeira contribuição para a formação de valores humanos e éticos, baseados no respeito, na socialização e na liberdade, através de trabalhos que valorizam a cultura brasileira. Tudo isso buscando fortalecer e engrandecer o capoeirista no seu caráter, dignidade e valorização pessoal. Deus seja sempre louvado!”, reconheceu Luiz Antônio da Silva Sousa, diretor do Complexo Lar do Garoto.
Para o agente socioeducativo, capoeirista e mestre em Ioga, Edno Rodrigo dos Santos Silva, que hoje ministra a oficina no Lar do Garoto, a capoeira foi e sempre será transformadora em sua vida. Uma ferramenta cultural que aliada à educação escolar foi fundamental para o seu crescimento educacional, psicológico e de formação pessoal. “Como educador e aluno aprendo e multiplico preceitos importantes, ancestralidade, identidade étnica, cultural e etc.”, comentou.
“Para mim, a socioeducação é uma realização profissional e o Complexo Lar do Garoto é a oportunidade de contribuição, de resgate e inclusão social desses adolescentes em conflito com a lei. O resgate de identidades, um espaço que, através da capoeira, pode criar um ambiente sem julgamentos, sem preconceitos, sem discriminações e, acima de tudo, com igualdade de direitos”, frisou o oficineiro.
“Em uma de suas citações, o mestre Paulo Freire ressalta que não é possível refazer este País, democratizá-lo, humanizá-lo, e torná-lo sério, com adolescentes brincando de matar gente, ofendendo a vida, destruindo o sonho, inviabilizando o amor. Se a educação sozinha não transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”, concluiu Edno Rodrigo.
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