A Comissão de Ética da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) aceitou nesta 4ª feira (10.fev.2021) a denúncia por assédio sexual contra o deputado Fernando Cury (Cidadania). Cury foi denunciado por Isa Penna (Psol) em 1º de dezembro de 2020 após ele apalpar a colega na altura do seio durante uma sessão do plenário. O ato foi filmado pelas câmaras da Assembleia.
Segundo o msn, a admissibilidade do processo foi aceita por unanimidade. Votaram os 9 membros da Comissão de Ética, além da presidente do colegiado, Maria Lucia Amary (PSDB). Na sessão desta 4ª (10.fev), também foi definido o relator do caso, o deputado Emídio de Souza (PT).
Agora, o processo seguirá para a etapa de análise pelo relator, em que serão chamadas testemunhas e analisadas provas por até 15 dias. Depois, o relator precisa apresentar um relatório, que precisa ser aceito por ao menos 6 membros da comissão para ter prosseguimento.
Caso seja considerado culpado, Cury pode perder o mandato de deputado estadual, decisão que precisa do aval do plenário da Alesp, em maioria absoluta, ou seja, ao menos 48 votos. No entanto, essa é a punição mais severa, que não está garantida, como indicou Isa em seu perfil no Twitter ao comemorar a aceitação da denúncia.
“Apesar desse ótimo resultado, não podemos baixar a guarda, pois a cassação não está garantida. A luta continua para que não haja impunidade no caso!”, escreveu ela.
Pedidos de suspeição
Antes do início da sessão, a comissão decidiu ainda sobre 2 pedidos de suspeição feitos por Isa e Cury anteriormente. Nenhum dos pedidos foi aceito.
Isa pedia que o deputado Alex de Madureira (PSD) fosse excluído do julgamento por supostamente estar implicado no episódio de assédio sofrido por ela. No vídeo da sessão plenária em que o fato ocorreu, é possível ver Alex conversando com Cury e segurando seu braço logo antes do assédio.
Na votação sobre a suspeição de Alex, Isa perdeu de 8 a 2, com Erica Malunguinho (Psol) e Emídio sendo os únicos que votaram para excluí-lo.
A defesa de Cury, por outro lado, pediu a exclusão da deputada Malunguinho, pois ela já havia se pronunciado sobre o caso em redes sociais, inclusive defendendo que o processo fosse aceito. O movimento já havia sido divulgado pelos advogados do deputado, que queriam barrar qualquer político do Psol. Mas a comissão também permitiu que Malunguinho participasse da sessão.
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