A Paraíba identificou o primeiro caso de reinfecção por Covid-19 no Brasil. A paciente é uma mulher, 37 anos, profissional de saúde, residente do Rio Grande do Norte e que trabalha na Paraíba. As amostras foram coletadas e analisadas pelo Laboratório de Vigilância Molecular Aplicada (LAVIMAP) da Escola Técnica de Saúde da UFPB em trabalho conjunto com o Lacen- PB.

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou Nota Técnica em outubro, seguindo diretrizes do Ministério da Saúde que orienta os profissionais de saúde sobre os critérios de definição de caso suspeito de reinfecção pelo SARS CoV-2. Desde então, fortaleceu seus processos de vigilância para identificação de casos que possam se adequar aos critérios. Até o momento, a Paraíba possui um total de 16 casos em investigação.

O secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, explica que o caso confirmado não está incluso entre os casos da Paraíba, uma vez que a paciente reside no Rio Grande do Norte. Ele chama a atenção para a qualidade dos processos de trabalho da Vigilância Epidemiológica e do Lacen – PB. “A Gerência Executiva de Vigilância em Saúde da Paraíba e o Lacen vêm fazendo um trabalho de investigação intenso desses casos suspeitos em parceria com o LAVIMAP da UFPB. E isso está sendo possível devido novo parque tecnológico do Laboratório e às novas instalações, além da qualificação dos técnicos do Lacen.”

Das amostras recebidas, oito já foram investigadas e enviadas para referência que é a Fundação Oswaldo Cruz- no Rio de Janeiro. A Secretaria de Estado da Saúde (SES) divulgou Nota Técnica em outubro, com diretrizes de conduta e fluxo frente aos casos suspeitos de reinfecção pelo novo coronavírus, seguindo orientações do Ministério da Saúde.

O diretor do Lacen-PB, Bergson Vasconcelos, disse que para a abertura de protocolo de casos de reinfecção é necessário que eles atendam aos seguintes critérios: o mesmo paciente ter dois resultados de RT-PCR detectáveis para SARS CoV-2, com intervalo maior ou igual a 90 dias; ou dois resultados de RT-PCR detectáveis para SARS CoV-2, com intervalo menor que 90 dias, desde que, tenha um terceiro resultado de RT-PCR não detectado para SARS CoV-2 entre o intervalo dos dois exames positivos.

O caso confirmado nesta quarta-feira (09) é de uma paciente do sexo feminino, profissional da saúde e sem comorbidades preexistentes. As amostras tinham intervalo de coleta de 116 dias. A primeira coleta foi em junho e a segunda em outubro. Em ambas as vezes, a paciente teve sintomas leves da doença. A análise feita confirmou a reinfecção após sequenciamento do genoma completo viral com linhagens distintas.

O secretário Geraldo Medeiros afirma ainda que este evento é resultado de uma investigação epidemiológica que irá dar suporte a estudos e tomadas de decisões de interesse de saúde pública.

“Não há a necessidade de pânico. Apelamos para a população que continuem com todos os cuidados de proteção e higiene pessoal, mantendo o distanciamento social, usando máscara e lavando as mãos com água e sabão”, afirmou o governador João Azevêdo.