O dólar encerrou a quarta-feira (28) negociado a R$ 5,7599, uma alta de 1,31%. Mais cedo, chegou a bater R$ 5,7900, maior valor na mesma sessão desde 18 de maio (R$ 5,8025). Na mínima, chegou a a R$ 5,7025. Já o câmbio turismo chegou a R$ 6,0186.

Na parcial do mês, o dólar acumula alta de 2,52%. No ano, tem valorização de 43,65%.

Segundo o G1, a alta perdeu força após intervenção do Banco Central, que vendeu US$ 1,042 bilhão em leilão de dólares à vista, no dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros do país.

O mercado viveu um dia tenso por conta de notícias vindas da Europa, onde há uma nova onda de contágios da Covid-19. Nesta quarta-feira (28), França e Alemanha anunciaram que fecharão novamente bares e restaurantes. O temor é por uma nova parada da economia global.

A Bovespa, por sua vez, caiu 4,25%, aos 95.368 pontos, com avanço da Covid-19 e pessimismo com a economia global. Foi a pior pontuação desde 2 de outubro.

Cena externa e local

Lá fora, o aumento dos casos de coronavírus provocava temores de que lockdowns na Europa prejudiquem a recuperação econômica. Pesavam também as incertezas antes das eleições nos EUA.

“Os mercados globais parecem estar incrivelmente nervosos, o misto de alta nos casos de Covid-19 e mortes e o potencial lockdown na França somam-se à incerteza antes das eleições nos EUA e você tem esse pano de fundo bastante fraco”, disse John Woolfitt, diretor de trading do Atlantic Capital Markets.

Por aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia nesta quarta, por volta das 18h, a nova taxa básica de juros, e a expectativa do mercado financeiro é que a Selic seja mantida em 2%, apesar da pressão da disparada dos preços dos alimentos.

Preocupações ampliadas com a situação fiscal do país e sustentabilidade das contas públicas, além da capacidade do governo de avançar numa agenda de reformas, seguem dominando as atenções dos investidores, sendo apontadas como os principais fatores de pressão sobre o real.

A taxa de juros em mínimas históricas também faz com que o Brasil se torne menos atrativo para investidores internacionais, em razão do diferencial de juros na comparação com outras economias, reduzindo o fluxo de dólares para aplicações financeiras no país, o que também contribui para um patamar de câmbio mais alto.

“Os humores globais pioram fortemente com quedas generalizadas e fuga para a liquidez e segurança”, avaliou o economista da Necton, André Perfeito, que projeta uma taxa de câmbio de R$ 6 para o final do ano. “O Banco Central pode intervir no mercado, mas como já argumentamos várias vezes a única coisa que isso pode fazer é dar saída para o mercado e assim moderar a volatilidade”, acrescentou.

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