O voluntário brasileiro que participava do estudo da vacina de Oxford/AstraZeneca e morreu não teria recebido o imunizante, sugere uma fonte com conhecimento da situação ouvida pela agência de notícias Reuters.

O estudo teria sido suspenso se o médico de 28 anos estivesse no grupo de estudo, composto por 50% dos voluntários e que recebe a vacina experimental. Ele faleceu após complicações da covid-19.

No estudo da vacina de Oxford, quem não recebe a vacina experimental, toma uma vacina contra meningite. Mas como é duplo cego e randomizado, os pacientes e pesquisadores não sabem quem recebeu o que até o final dos testes.

O objetivo deste protocolo, usado mundialmente para vacinas e medicamentos, é testar a eficácia de determinada substância em quem recebeu e compará-la com aqueles que não tomaram.

A AstraZeneca e outros envolvidos na pesquisa afirmam que não podem detalhar o caso em questão por razões de confidencialidade.

O voluntário era João Pedro R. Feitosa, ex-aluno da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O Centro Acadêmico Carlos Chagas divulgou uma nota lamentando a morte.

Segundo o texto, Feitosa trabalhava “na linha de frente no combate à pandemia”.

A vacina, chamada de ChAdOx1, está em testes no Brasil desde meados de julho, com cerca de 10 mil pessoas — em torno de 8.000 já receberam pelo menos uma das duas doses.

O estudo global chegou a ser interrompido em 6 de setembro devido a uma reação adversa grave em uma voluntária no Reino Unido, mas foi retomado três dias depois no mundo todo, exceto nos Estados Unidos.

Segundo o R7, o Ministério da Saúde fechou um acordo de R$ 2 bilhões com a AstraZeneca, em agosto, para compra de doses e transferência de tecnologia para a Fiocruz. O objetivo é garantir cerca de 100 milhões de doses até a metade do ano que vem, plano que pode ser afetado se o estudo tiver outro atraso.

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