O cenário de pandemia provocado pelo novo coronavírus, contrariando o discurso de retração propagado neste período, apresentou números positivos em relação à economia no segundo trimestre deste ano. Além de uma retração na taxa de informalidade, que passou de 51,3% no primeiro semestre para 47,2%, a Paraíba registrou a maior redução proporcional de pessoas sem carteira assinada no Brasil.
Segundo o Jornal da Paraíba, os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD C), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No primeiro trimestre deste ano, 732 mil pessoas estavam ocupadas de maneira informal na Paraíba. Já no segundo trimestres, esse número foi de 608 mil. A mesma situação foi observada no cenário nacional, com a queda da taxa de 39,9% para 36,9%.
A redução de empregados sem carteira assinada foi de 222 mil, nos primeiros três meses, para 144 mil, no segundo. Entre os trabalhadores com carteira, a queda foi de 13,1%. Ainda houve redução de 29,7% entre os trabalhadores domésticos que atuavam sem carteira.
Mas, segundo a analista da pesquisa do IBGE, Adriana Beringuy, essa diminuição na informalidade não se deve a um maior nível de formalização do trabalho. “De fato houve queda na informalidade, porque os trabalhadores informais foram mais atingidos com a perda da ocupação. A queda na ocupação foi puxada por trabalhadores informais”, disse.
Nível de ocupação fica abaixo de 40%
A queda no nível de ocupação na Paraíba foi de 4,5 pontos percentuais, durante o 2º trimestre deste ano, fechando o índice em 39,8%. Nos primeiros três meses do ano, o índice foi de 44,4%.
O número representa a proporção de pessoas ocupadas entre a população com 14 anos ou mais. O percentual ficou um pouco acima da média da região (39,4%), mas abaixo do índice registrado no país (47,9%). Se comparado com o mesmo período de 2019, o nível de ocupação na Paraíba apresentou uma diminuição de 6,2 pontos percentuais.
Também foi constatada uma redução na taxa de participação na força de trabalho, que leva em consideração as pessoas que estavam ocupadas e as desocupadas que procuraram emprego. A proporção, no total de pessoas em idade de trabalhar, caiu de 51,7% no 1º trimestre deste ano, para 45,7%, no 2º.
As atividades econômicas que registraram as maiores reduções percentuais no total de pessoas ocupadas, do primeiro para o segundo trimestre, foram: indústria geral (-18,4%); construção (-22,2%); alojamento e alimentação (-23,5%); serviços domésticos (-24,4%); e outros serviços (-28,1%).
Foto: Dayse Euzébio.