O Twitter suspendeu mais duas contas da líder extremista Sara Fernanda Giromini, que se intitula “Sara Winter”. A defesa da mulher afirma que a suspensão ocorreu, mas sem apresentação de justificativa por parte da plataforma. Sara já teve uma conta tirada do ar no Twitter após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito das fake news, que investiga ofensas e informações falsas contra os ministros do Supremo.
No endereço onde ficava o perfil, consta uma mensagem de que “o Twitter suspende as contas que violam as regras” da plataforma. A reportagem perguntou o motivo da suspensão, mas o Twitter apenas confirmou que o perfil foi suspenso.
Segundo o Correio Braziliense, a conta do Instagram de Sara Giromini também não está mais no ar. O advogado de defesa, Geraldino Santos Nunes Júnior, explicou que neste caso foi a própria Sara que suspendeu a conta. Na plataforma, ela divulgou um vídeo no qual falava o nome da criança de 10 anos do Espírito Santo que engravidou após ter sido estuprada e o nome do hospital onde ela faria o aborto legal.
O suspeito da violência sexual é o tio da menina. O ato de Sara contraria o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Ela se manifestou nas redes sociais de forma contrária ao aborto legal que ainda não havia sido realizado na criança. Religiosos foram à porta do hospital onde a menina iria realizar o procedimento, no Recife (PE), para protestar.
O Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES) entrou com uma ação civil pública contra Sara por ter divulgado dados da criança. Conforme o órgão, ela teve acesso aos detalhes do caso e o divulgou no Instagram, Facebook e Youtube. O MP pede que ela seja condenada a pagar R$ 1,3 milhão a título de dano moral coletivo.
Além disso, atendendo a um pedido da Defensoria Pública, a Justiça do Espírito Santo determinou no último domingo (16) que o Youtube, Twitter e Facebook excluíssem das plataformas qualquer informação divulgada sobre a menina. Um dos perfis apontados foi o de Sara. No caso do Youtube, o canal de Sara Giromini foi tirado do ar. A plataforma informou em nota que “tem políticas rígidas que determinam os conteúdos que podem estar na plataforma” e que encerra qualquer canal que viole repetidamente as regras.
O advogado Geraldino Júnior afirma que irá contestar a suspensão das outras duas contas no Twitter da extremista. “Foi algo unilateral. Queríamos saber o motivo”, disse. No caso do Instagram, segundo ele, Sara retirou a conta por estar recebendo muitas ameaças e ofensas.
O defensor afirmou, ainda, que viu muitos conteúdos no Twitter expondo o nome da criança de 10 anos vítima de estupro. “Já existiam inúmeras hashtags no Twitter falando o nome dessa menina e eu não estou vendo providência nenhuma sendo tomada com relação a quem postou essas hashtags aí”, disse. No entanto, uma decisão judicial determinou a remoção de qualquer conteúdo na plataforma que expunha a criança.
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