Após terem o acampamento desmontado, membros do grupo “300 do Brasil”, liderado por Sara Winter, tentaram invadir o Congresso Nacional. Gritando “acabou, p*” com o uso de um megafone, os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegaram a subir a rampa do prédio e ficaram na parte externa, próximo às cúpulas. Os manifestantes também se encontraram com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, em frente ao Ministério da Agricultura.
Uma barreira foi montada em frente ao Congresso e os policiais legislativos retiraram os manifestantes do prédio. No entanto, aproximadamente 15 pessoas continuam sentadas no gramado. Nenhuma delas está usando máscara. No DF, é proibido circular em espaços públicos sem o equipamento de proteção, sob pena de multa de até R$ 2 mil para pessoa física e de R$ 4 mil para estabelecimentos. As multas são aplicadas desde 18 de maio.
“Meu povo de Pernambuco está sofrendo. Temos que lutar pela nossa bandeira. O lugar da bandeira do Brasil é no Congresso”, gritou um dos manifestantes que veio de Pernambuco. Há, também, bolsonaristas da Bahia e Recife.
Quem lidera o grupo é a ativista Sara Winter que, mais cedo, usou as redes sociais para criticar o desmonte do acampamento, realizado na manhã deste sábado (13/6) pela Secretaria de Segurança Pública e pelo DF Legal. A desocupação cumpre um conjunto de leis federais e locais, além do decreto do GDF que proíbe aglomeração por conta da pandemia do novo coronavírus.
Segundo o Correio Braziliense, após a tentativa de invasão, o deputado Eduardo Bolsonaro se juntou ao restante do grupo que permaneceu concentrado ao lado do Ministério da Agricultura. Com a chegada do parlamentar e filho do presidente, os manifestantes exigiram que a equipe de reportagem deixasse o local. Eduardo era o único apoiador com máscara.
Forças de segurança
Apesar das ameaças, não houve confronto físico e a manifestação se mantém pacífica. A polícia tenta negociar a saída das pessoas, mas, até o momento, não obteve sucesso.
No local, há ainda uma equipe de 12 policiais legislativos e cerca de 20 seguranças. Na parte de cima do Congresso há cinco seguranças e quatro policiais. Durante o ato, um manifestante foi barrado e três policiais legislativos conversam com ele, sendo que, de longe, os manifestantes observaram. Posteriormente, o manifestante foi liberado e autorizado a voltar para o grupo principal.
O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), determinou a imediata retirada dos manifestantes pela polícia legislativa, que tenta negociação pacífica. No entanto, o grupo nega a saída e, até a última atualização desta reportagem, continuava no gramado. Confira a nota: “A assessoria de imprensa da presidência do Senado informa que na tarde desde sábado (13/6), um grupo denominado 300 do Brasil tentou invadir áreas restritas do Congresso Nacional. O grupo chegou a subir no prédio, na parte externa onde ficam gôndolas, próximo às cúpulas do Congresso Nacional. Assim que tomou conhecimento do ato, o presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre determinou a policia legislativa que fizesse a retirada do grupo. No momento a polícia negocia com os manifestantes de maneira pacífica”.
A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) liberou uma nota oficial no meio da tarde desta sábado (13/6) para comentar a ação. Segundo a polícia, a segurança da Casa legislativa foi mantida: “Por volta das 16h, manifestantes do ‘Movimento 300’ subiram a rampa lateral Norte do Congresso Nacional, onde foram barrados por seguranças daquela Casa legislativa. Em seguida, os mesmos manifestantes se concentraram em frente ao gramado localizado em frente ao espelho d’água, onde permanecem até o presente momento. Policiamento ostensivo, acompanhando o evento”.
Negociação
Segundo a reportagem do Correio apurou, a polícia organizou uma negociação com os manifestantes para a saída do grupo do gramado a partir das 18h. No horário estipulado, os manifestantes começaram a deixar o local acompanhados pela polícia legislativa.
Foto: Ed Alves.