O Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomendou que seja adotado um aumento da restrição de circulação de pessoas, um bloqueio total (lockdown) das atividades na Região Metropolitana de João Pessoa e em Campina Grande. A nota técnica foi divulgada na quinta-feira (21).
De acordo com a nota, “o Comitê julga que as condições para o lockdown, já utilizado em diferentes formatos em São Luiz, Fortaleza e Região Metropolitana do Recife, também já se fazem presentes na áreas metropolitana de João Pessoa (83-88% de ocupação de leitos nas últimas 48h) e em Campina Grande (83% de ocupação de leitos), no estado da Paraíba”.
“Esta é uma recomendação científica para os governadores e prefeitos dos estados e cidades supracitados, cabendo a esses gestores decidir pela sua implementação ou não”, informa o boletim do comitê coordenado pelos cientistas Miguel Nicolelis e Sergio Rezende.
Ainda de acordo com o Comitê Científico do Consórcio Nordeste, o entendimento dos cientistas é de continuar apoiando, de forma unânime, a manutenção e ampliação das medidas de isolamento social como única forma eficiente de reduzir o número de contágios e evitar a sobrecarga e o colapso dos sistemas de saúde.
Sem previsão na Paraíba
Segundo o G1, a atribuição de adotar o lockdown é do governador e dos prefeitos das duas cidades, mas todas as decisões do governador João Azevêdo (Cidadania) são pautadas a partir do aval da Secretaria de Estado da Saúde. O secretário de Saúde, Geraldo Medeiros, no entanto, explicou ao G1 que recentemente o Governo da Paraíba editou um decreto aumentando as restrições de isolamento social e que não há previsão do decreto de um lockdown.
Geraldo Medeiros acredita que o rigor necessário para o momento está sendo adotado pelas autoridades de saúde e sanitárias do estado. “Estamos adotando com barreiras sanitárias, com a fiscalização ostensiva da população, a circulação de pessoas, esse é o caminho. Em paralelo tentando abrir novos leitos, porque nosso maior problema segue sendo a falta de médicos”, comentou.
O cenário que está sendo administrado nesse momento na Paraíba é reflexo de um comportamento de duas semanas atrás em relação ao cumprimento do isolamento social, de acordo com Geraldo Medeiros.
“Cidades que há cerca de 15 dias ou pouco mais tinham o comércio aberto, que não haviam aderido a uma restrição maior no distanciamento social, apresentam um crescimento exponencial de casos, como é visto em Campina Grande, Patos e Guarabira”, explicou.
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