O governador João Doria (PSDB) subiu o tom contra o presidente Jair Bolsonaro nesta 6ª feira (15.mai.2020) e disse que o Bolsonaro “pensa que governar o Brasil é como administrar sua família”.
Segundo o msn, a crítica foi feita ao comentar uma reportagem do jornal O Globo divulgada pela manhã sobre o atraso nos repasses de recursos para os Estados em suposta retaliação a governadores que apoiam o isolamento social e não querem a reabertura do comércio. Doria disse que Bolsonaro não está capacitado para estar à frente da Presidência.
“O gesto demonstra mais uma vez a insensibilidade, a intolerância e a incapacidade do presidente Jair Bolsonaro de compreender a dimensão do cargo que ocupa como presidente da República. Bolsonaro mistura os canais e pensa que governar o Brasil é como administrar sua família. Não é presidente, governar o Brasil é governar para todos os brasileiros”, disse Doria em uma entrevista no Palácio dos Bandeirantes.
Para Doria, a atitude de retalhar os governadores de Estado é 1 gesto deplorável. “Eu espero que o presidente cumpra a sua promessa de menos Brasília e mais Brasil e cumpra também o pacto federativo”, disse.
Doria também pediu que Bolsonaro se lembre que 14 mil brasileiros morreram de covil-19. “14 mil famílias perderam seus entes queridos. Não estamos numa brincadeira, num campeonato de jetski, não estamos brincando de tiro ao alvo, não estamos fazendo churrasco nos jardins do Palácio do Alvorada”, afirmou o governador.Ao comentar a demissão de Nelson Teich do Ministério da Saúde, Doria pediu que Bolsonaro “pare com as agressões e conflitos”. A relação entre Teich e Bolsonaro desandou porque o presidente defende o uso da cloroquina para a cura de pacientes com covid-19 mesmo sem comprovação se o fármaco é mesmo eficaz.
“Fez com Gustavo Bebianno, fez com Santos Cruz, fez com Sergio Moro, fez com Mandetta e agora fez também com Nelson Teich. Presidente Bolsonaro, governe. Administre o país com equilíbrio, com paz no coração, com compreensão, com discernimento e com grandeza. Pare com agressões e conflitos. Parece de colocar o país dentro de um caldeirão interminável de brigas e atritos”, disse Doria.
Foto: ROBERTO CASIMIRO.
