O ministro da Saúde, Nelson Teich, irá nomear mais 37 militares para cargos técnicos no Ministério da Saúde nos próximos dias. Os processos das nomeações ainda estão tramitando internamente e devem ser publicados em breve no Diário Oficial da União. Desde sua posse, no fim de abril, Teich escalou sete militares para ocupar posições estratégias na Secretaria-Executiva, a principal do ministério, que abarca as principais decisões e contratos da pasta.
O general Eduardo Pazuello passou a chefiar o órgão na nova gestão, que antes era ocupada por João Gabbardo dos Reis, homem de confiança do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. Abaixo de Pazuello, como secretário-executivo adjunto está o coronel Antônio Elcio Franco Filho.
Segundo a Veja, também foram nomeados recentemente o coronel Jorge Luis Kormann, como diretor de programas; o coronel Pedro Geraldo Pinheiro Santos, como diretor do Departamento de Economia em Saúde; o coronel Reginaldo Ramos Machado, como diretor do Departamento de Gestão Interfederativa e Participativa; o coronel Marcelo Blanco da Costa, como assessor do Departamento em Logística em Saúde; o coronel Paulo Guilherme Ribeiro Fernandes, como coordenador-geral de Planejamento; e a tenente Emanuella Almeida Silva, como coordenadora de Pagamento de Pessoal e Contratos Administrativos. Teich disse que os militares irão deixar o ministério uma vez superada a crise provocada pelo coronavírus.
Segundo o ministro, Pazuello tem liberdade para nomear pessoas de sua confiança para ocupar cargos na Secretaria-Executiva. A indicação de Pazuello foi do próprio presidente Jair Bolsonaro e intermediada por ministros da ala militar, como o chefe da Casa Civil, general Braga Netto. Bolsonaro demitiu Mandetta diante de discordâncias em torno das medidas de isolamento social, rejeitadas pelo presidente e defendidas pelo ex-ministro.
Segundo interlocutores, Teich está sendo pressionado para publicar uma portaria que estabelece critérios técnicos para a flexibilização da quarentena de acordo com dados locais de estados e municípios, como casos confirmados e leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) disponíveis. Esse parâmetro técnico atribuiria às entidades federativas a responsabilidade pela flexibilização e foi uma promessa de Teich a Bolsonaro pouco antes da nomeação. A portaria tem tido resistência de representantes de secretários de Saúde, que são favoráveis a um discurso único em todo país, no caso, a defesa do isolamento social como forma de segurar a disseminação do coronavírus.
Foto: Júlio Nascimento.