O juiz Carlos Henrique André Lisbôa, da 1ª Vara da Família e das Sucessões de São Bernardo do Campo (SP), reconheceu que houve erro no valor de investimentos atribuídos à ex-primeira-dama Marisa Letícia, esposa do ex-presidente Lula. Em abril o magistrado cobrou da defesa da família que esclarecesse os R$ 256 milhões em aplicações de CDBs (Certificado de Depósito Bancário) atribuídos à ex-primeira-dama. Depois de analisar os documentos apresentados pelos advogados, o magistrado afirmou que ficou comprovado que o valor aplicado era de R$ 26 mil (cerca de 10 mil vezes menos).

Segundo o Congresso em Foco, o episódio foi usado por filhos do presidente Jair Bolsonaro, pela secretária nacional de Cultura, Regina Duarte, e por outros bolsonaristas contra o ex-presidente. Os advogados de Lula entraram com ações na Justiça contra Regina e Eduardo e Carlos Bolsonaro por propagação de notícias falsas.

Segundo Carlos Henrique, cabe à família prosseguir ou não com os processos em outras ações.

“O inventariante se manifestou por meio da petição de fls. 573/576 e juntou o extrato de fls. 577/584. Restou demonstrado que o investimento que a falecida possuía no Banco Bradesco tem saldo líquido de R$26.282,74 (fls. 578) e que ele não é regulamentado pelos contratos acostados a fs. 394/427 e 428/468. A questão, portanto, está devidamente esclarecida”, escreveu o juiz.

No começo de abril, Carlos Henrique deu prazo de 20 dias para que os advogados da família se manifestassem. Na ocasião, procurada pelo Congresso em Foco, a assessoria do ex-presidente afirmou que o valor milionário era produto de um erro de digitação cometido em um dos processos judiciais movidos contra ele, erro esse que foi imediatamente corrigido. “Foi corrigido, mas não param de usar isso. Todas as contas do Lula e dos seus parentes foram analisadas pela Lava Jato. Não tem esse dinheiro”, informou.

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