Menos de uma semana depois dos Estados Unidos, o Japão se tornou o segundo país a autorizar o remdesivir para tratar pacientes com a Covid-19. A informação foi confirmada nesta quinta-feira (7) pelo Ministério da Saúde.

Os procedimentos de autorização para um novo medicamento geralmente são longos no Japão, mas excepcionalmente o governo decidiu fazê-lo rapidamente, já que não há um tratamento que tenha passado por todas as etapas de validação. Na sexta-feira (30), o medicamento obteve uma autorização de emergência semelhante da agência americana de medicamentos (FDA), depois de passar por um teste clínico positivo nos Estados Unidos.

O medicamento do laboratório americano Gilead Sciences foi desenvolvido inicialmente para tratar pacientes com febre hemorrágica ebola, mas nunca havia sido aprovado para nenhuma doença antes da Covid-19.Esta é a primeira terapia a demonstrar alguma eficácia contra a Covi-19 em um ensaio clínico significativo, com mais de 1.000 pacientes.  Pacientes hospitalizados com Covid-19 e tratados com remdesivir reduziram seu tempo de recuperação em quatro dias, de 15 para 11 dias, de acordo com os resultados do estudo americano.

País também testa outro antiviral

Segundo o msn, o Japão também planeja autorizar outro medicamento antiviral, o Avigan (favipiravir), para tratar a Covid-19, afirmou nesta quinta o porta-voz do governo, Yoshihide Suga.Desenvolvido por uma subsidiária do grupo japonês Fujifilm, o Avigan foi autorizado em 2014 no Japão para tratar formas graves de influenza. Devido a efeitos colaterais potencialmente graves, especialmente em mulheres grávidas, só pode ser produzido e distribuído no Japão a pedido do governo.

Após resultados encorajadores de estudos na China, outros ensaios clínicos estão em andamento em todo o mundo para testar a eficácia do Avigan contra o novo coronavírus.O arquipélago japonês registrou quase 15.500 casos e 550 mortes desde o início da crise da saúde. O governo estendeu o estado de emergência até 31 de maio e pediu à população que evite ao máximo de deslocamentos desnecessários.

Foto: Issei Kato.