Desembarcou neste domingo, 19, no aeroporto internacional de Guarulhos, Gilberto Aparecido dos Santos. Conhecido como Fuminho, ele foi preso na cidade de Maputo, em Moçambique, na última semana em uma operação que contou com forças táticas da Polícia Federal, da agência de combate às drogas dos Estados Unidos, a DEA, e policiais moçambicanos.
A prisão de Fuminho deve representar um duro golpe nas finanças do Primeiro Comando da Capital (PCC), já que o comparsa do narcotraficante Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, era o maior fornecedor de drogas da facção. Fuminho deve ser levado para o presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná. Fuminho era procurado pelos órgãos de segurança brasileiros desde 1998, quando fugiu do complexo do Carandiru. Recentemente, seu nome apareceu em bilhetes interceptados dentro do presídio de Presidente Venceslau, no oeste do estado de São Paulo.
Nos recados, integrantes do PCC apontavam Fuminho como o braço financeiro de uma operação de fuga de Marcola, principal líder da facção. Desde que o chefão do PCC cumpria pena na P2, como é conhecida a ala da cadeia em Presidente Venceslau que o abrigava, planos de fuga são monitorados pelo serviço de inteligência que atua dentro dos presídios. Foi um primeiro bilhete idealizando o resgate de Marcola que motivou a transferência do líder da facção para o presídio federal de Rondônia, no início de 2019.
Uma segunda comunicação alertou investigadores de que o Número Um do PCC, atualmente no presídio de segurança máxima de Brasília, também fez referência a Fuminho como o financiador de uma nova fuga. Segundo investigadores, ele seria o responsável por providenciar helicópteros e jatos para retirar Marcola de trás das grades.
De acordo com investigadores brasileiros, Fuminho, identificado por vezes pelos codinomes Magrelo, Giba, Gerente, Neném e Africano, também foi o mandante da execução de dois ex-líderes do PCC, Rogério Jeremias de Simone, conhecido como Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Sousa, o Paca. Depois de serem assassinados com tiros no rosto, ambos foram içados por um helicóptero e tiveram os corpos queimados na região de Fortaleza.
Segundo a Veja, por meio das redes sociais, o ministro da Justiça e da Segurança Pública Sergio Moro comemorou a prisão do traficante. “Um grande golpe contra o crime organizado e uma demonstração de que o Governo brasileiro tomará todas as ações necessárias para trazer esses criminosos à Justiça. A prisão segue a estratégia do governo do presidente Jair Bolsonaro e do Ministério da Justiça e da Segurança Pública de sermos duros, observada a lei, contra essas organizações criminosas. Prisão e isolamento dos líderes, apreensão de drogas e armas e confisco do patrimônio criminoso”.
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