O presidente Jair Bolsonaro avalia recriar o Ministério da Cultura, caso a atriz Regina Duarte aceite seu convite para comandar a área. Regina foi chamada na sexta-feira, após Roberto Alvim ser demitido da Secretaria Especial da Cultura por ter copiado frases de um discurso nazista, e prometeu dar a resposta em poucos dias. Os dois devem se encontrar no Rio de Janeiro na segunda-feira.
Segundo O Globo, além de ser um cargo com importância maior, no primeiro escalão do governo, o salário de um ministro é quase o dobro do que Alvim ganhava como secretário (R$ 30.934,70, contra R$ 15.359,19).
No início do seu governo, Bolsonaro transformou o Ministério da Cultura em uma secretaria, na época subordinada ao Ministério da Cidadania. Em novembro, um decreto determinou a transferência da secretaria para o Ministério do Turismo. Essa transferência, contudo, ainda não foi concluída.
Um auxiliar do presidente que participa das conversas com Regina afirmou que a possibilidade de retomar o status de ministério já foi debatida com a atriz.
Alvim foi o terceiro titular da Cultura no governo Bolsonaro. Em agosto, o então secretário Henrique Pires deixou o cargo após polêmica envolvendo filmes com temática LGBT. Na ocasião, disse que preferia sair a “bater palma para censura”. Depois, o economista Ricardo Braga foi alçado ao cargo, mas acabou sendo indicado para chefiar uma secretaria do Ministério da Educação após cerca de dois meses.
No sábado, Bolsonaro evitou respondes questionamento sobre o convite feito a Regina Duarte para a secretaria, limitando-se a responder:
— Namoradinha do Brasil. Está respondido. Valeu.
Defensora do governo Bolsonaro, a atriz é amiga da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Regina é uma das conselheiras do Pátria Voluntária, programa de Michelle para fomentar a prática do voluntariado. Ela também é amiga da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), responsável por apresentá-la pessoalmente a Bolsonaro.