O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, da Indústria, do Comércio e do Serviço, Geraldo Alckmin, voltou a defender nesta quarta-feira (12), o diálogo entre Brasil e Estados Unidos diante da nova tarifa de importação anunciada pelo presidente Donald Trump sobre aço e alumínio. Uma das alternativas, relatou Alckmin, é a implementação de cotas para diversos países.
“É ter cautela, ter diálogo. O comércio exterior é uma coisa de ganha-ganha”, disse. Alckmin argumentou que a balança comercial de bens entre Brasil e Estados Unidos é equilibrada, de cerca de R$ 40 bilhões para ambos os lados. Se os serviços forem incluídos na conta, os norte-americanos têm superávit de R$ 7,2 bilhões.
“Estamos abertos ao diálogo. E as cotas são um bom caminho. Quando foi colocado o imposto lá atrás [no primeiro mandato de Trump], foram estabelecidas cotas, que são mecanismo inteligente. Porque se aumenta imposto de importação do aço para os Estados Unidos tem efeito na cadeia, tem encarecimento na cadeia”, completou.
As declarações foram dadas por Alckmin em coletiva de imprensa após cerimônia realizada no Palácio do Planalto, em Brasília. Na ocasião, o governo lançou a missão 6, focada em tecnologias para soberania e defesa nacionais, como radares, satélites e foguetes, da Nova Indústria Brasil (NIB). O programa, cujo objetivo é o desenvolvimento nacional do país, vai receber nesta fase R$ 112,9 bilhões.
Trump anunciou aumento de 25% na tarifa de importação de aço e alumínio. Durante conversa com jornalistas no avião, o presidente americano explicou que os Estados Unidos vão cobrar o mesmo nível de taxas impostas pelos parceiros comerciais.
A medida afeta o Brasil, uma vez que é exportador do produto.
Questionado sobre eventual taxação dos EUA ao Brasil, Lula afirmou que vai taxar de volta.
“É muito simples. Se ele taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil em taxar os produtos dos brasileiros. Taxar os produtos que são exportados para os EUA, não tem nenhuma dificuldade”, disse o brasileiro em 31 de janeiro deste ano.
Na coletiva, Alckmin foi perguntado pelo R7 se o Brasil vai impor tarifa de 25% e defendeu diálogo. Em outro momento, o vice-presidente destacou dar continuidade às relações diplomáticas entre ambos os países. “É do cotidiano, todo dia tem alterações tarifárias. O caminho é o diálogo. E vamos procurar o governo norte-americano para buscar a melhor solução”, apontou.
Foto: Mateus Bonomi.