O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (7) que a política adotada pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva para “trazer o dólar para um patamar mais adequado” terá reflexo nos preços dos alimentos nas próximas semanas. “Tem muita coisa para fazer, mas o avanço é muito significativo”, disse. De acordo com o R7, o responsável pela área econômica destacou a política de valorização do salário mínimo, correção da tabela do Imposto de Renda, isenção de impostos federais na cesta básica e super safra como medidas tomadas para conter a alta no preço dos alimentos.
“O presidente Lula não só zerou os impostos da cesta básica, como agora, a partir de 2027, a Constituição Federal vai impedir os governos estaduais de cobrarem imposto sobre a cesta básica, que já não tem impostos federais. A primeira providência foi justamente de zerar os impostos sobre a cesta básica. A segunda coisa é que, depois de sete anos, Lula retomou política de valorização do salário mínimo. Então aumentar o salário mínimo é uma das formas de garantir que o trabalhador mantenha seu poder de compra”, pontuou Haddad.
“No final do ano passado, tivemos uma ocorrência que foi a eleição do Trump nos EUA. Isso fez com que o dólar se valorizasse no mundo inteiro. As moedas perderam valor. Agora, se acompanhar o que está acontecendo, o dólar está perdendo força. Chegou a R$ 6,30 no ano passado e hoje tá na casa dos R$ 5 e pouco. Isso também colabora para redução do preço dos alimentos, no médio prazo, porque apesar de sermos grandes exportadores de produtos, você exporta em dólar. Se o produtor estiver recebendo mais em reais, em virtude do dólar ter se apreciado, isso acaba tendo impacto nos preços internos. Então também a política que adotamos para trazer o dólar para um patamar mais adequado também vai ter reflexo nas próximas semanas”, acrescentou.
Em terceiro lugar, Haddad cita os investimentos recordes feitos no Plano Safra de 2024/2025, de R$ 400 bilhões. O ministro destacou que a colheita será realizada a partir de março. “Isso tudo vai ajudar a normalizar essa situação. Vamos continuar tomando as medidas de salário mínimo, corrigir tabela do imposto de renda, melhorar poder de compra do salário, abaixar o dólar e melhorar a safra para combater os preços altos”. As declarações foram dadas pelo responsável pela área econômica para uma rádio pernambucana.
Na entrevista, Haddad foi questionado sobre a alta no preço dos combustíveis. “Depois da eleição de Trump, teve uma disparada do dólar. E agora, com o dólar voltando ao normal. E a gente importa gasolina e diesel, isso tem reflexo no preço. Mas, de novo, compara com o preço de dois anos atrás. Hoje, está mais baixo do que há dois anos. A gente tem que ter clareza que não conserta um país destruído em dois anos. Ainda assim, o preço do combustível no posto de gasolina está mais barato do que [na gestão de] Bolsonaro”.
Lula
Na última quinta-feira (6), Lula sugeriu que as pessoas deixem de comprar os alimentos que estão caros como forma de forçar os produtos a terem redução de preço. O custo da comida tem preocupado o petista, mas, por enquanto, o governo federal não apresentou nenhuma medida para conter a alta — embora o Executivo estude algumas iniciativas para frear o aumento, como a redução da alíquota de importação de alguns itens. O presidente argumentou, ainda, que não é porque a massa salarial e o salário mínimo cresceram, que os vendedores podem encarecer os produtos.
“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado e você desconfia que tal produto está caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar para vender, senão vai estragar”, declarou Lula em entrevista a rádios baianas.
Foto: Diogo Zacarias.