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Haddad defende regulamentar big techs e diz que revisão de gastos é atividade rotineira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a regulamentação das big techs para conter desequilíbrio no país. O responsável pela área econômica afirmou também que a revisão de gastos é uma atividade rotineira, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter dito que, no que depender dele, não haverá medida fiscal para o exercício de 2025.

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“Há um desequilíbrio que precisa ser regulado pelo Estado”, disse Haddad. As discussões no âmbito internacional estão centradas em uma regra de concorrência de mercado e outra sobre a tributação dos grupos multinacionais. A respeito da concorrência, o ministro afirmou que o pequeno empresário não pode ser prejudicado e as big techs precisam operar em condições de igualdade com outros agentes, o que resultaria em benefícios para aqueles que dependem das plataformas digitais para tocar seus negócios.

Haddad fez referência a quem precisa, por exemplo, usar as redes para vender produtos. “Não podemos deixar o pequeno empresário brasileiro com regras não competitivas para big techs, que estão tarifando os seus colaboradores de uma forma cada vez mais perniciosa.”

Revisão de gastos

Haddad disse que a revisão de gastos e do Orçamento de uma forma geral é uma atividade rotineira na pasta e também no Ministério do Planejamento e Orçamento. O ministro afirmou que os técnicos do governo levam ao presidente um “cardápio” de medidas que podem ser adotadas para garantir o equilíbrio fiscal. Ele destacou ainda que é preciso debater a questão fiscal “com honestidade”, já que ministros que o antecederam no cargo, como Henrique Meirelles e Paulo Guedes, são bem vistos pelo mercado financeiro, embora não tenham conseguido produzir superávits “sustentáveis”.

Resultados fiscais positivos que os antecessores alcançaram se deveram à venda “criminosa” da Eletrobras e à “dilapidação” da Petrobras, segundo Haddad. O ministro lembrou que algumas medidas de controle fiscal enviadas ao Congresso pelo governo Lula não foram aprovadas, o que impediu de chegar ao superávit fiscal já em 2024. “Não vejo nenhum desses economistas que falam nos jornais dizendo que, se algumas medidas provisórias que mexiam com privilégio setorial tivessem sido aprovadas, teríamos alcançado superávit”, afirmou.

Eleição no Congresso

Durante a entrevista, Haddad comentou as eleições das Mesas Diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, marcadas para o próximo sábado (1º). Na disputa, os favoritos são o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB) e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). O ministro da Fazenda destacou que estabeleceu nos últimos dois anos uma “relação excelente” com os parlamentares.

De acordo com o R7, Haddad afirmou que se encontrava frequentemente com Motta antes mesmo de o parlamentar despontar como favorito à sucessão de Arthur Lira (PP-AL). “Não teve mês que eu não almocei com o deputado Hugo Motta”, afirmou. O favorito para comandar a Casa, segundo o ministro, é “muito interessado” na pauta econômica.

Já Alcolumbre, com quem jantou nesta semana, demonstrou interesse em impulsionar “uma agenda econômica forte”, segundo o ministro. Na semana passada, Haddad apresentou uma lista de 25 prioridades da agenda econômica para 2025 e 2026 durante a primeira reunião ministerial do ano. Entre elas, está a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil. As declarações foram dadas pelo responsável pela área econômica em entrevista a uma emissora de TV.

Foto: Fabio Rodrigues.

 

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