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Fernanda Torres tem mais chance que Demi Moore no Oscar? Se dependesse do Globo de Ouro, sim

Fernanda Torres foi indicada ao Oscar de Melhor Atriz na quinta-feira (23), por “Ainda Estou Aqui”, filme original Globoplay. A brasileira concorre com Mikey Madison (“Anora), Karla Sofía Gascón (“Emilia Pérez”), Cynthia Erivo (“Wicked”) e Demi Moore (“A substância”).

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Segundo previsões da maioria dos veículos especializados de Hollywood, a favorita para a vitória é Demi Moore. Ainda assim, Fernanda tem chances de levar o troféu. Se dependesse do histórico do Globo de Ouro, a brasileira teria vantagem sobre a americana. É o que mostra um levantamento analítico feito pelo g1. Veja a seguir.

Quem vence o Globo de Ouro leva o Oscar?

Demi e Fernanda venceram o Globo de Ouro deste ano. A brasileira ganhou a categoria de Melhor Atriz de Drama e a americana venceu a de Melhor Atriz de Comédia ou Musical. Ambos prêmios costumam pesar na consideração dos votantes da Academia do Oscar — embora, vale lembrar, as premiações funcionem de forma diferente e não tenham conexão entre si.

A partir de 1950, a categoria de Melhor Atriz no Globo de Ouro passou a ser dividida entre Drama e Comédia ou Musical. Desde então:

Entre as vencedoras do Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme de Drama, 36 também levaram o Oscar.

O padrão é menos frequente para a categoria de Atriz de Comédia ou Musical. Entre as vencedoras do Globo de Ouro, somente 17 ganharam também o Oscar de Melhor Atriz.

Sendo assim, Fernanda Torres teria vantagem diante de Demi Moore.

Nada garantido

Ainda assim, desde 2020, nenhuma vencedora do Globo de Ouro de Melhor Atriz de Drama ganhou o Oscar. Antes de Demi Moore, as duas últimas atrizes que venceram o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Comédia ou Musical levaram o Oscar (Michelle Yeoh e Emma Stone, em 2022 e 2023, respectivamente).

Além disso, são muitos fatores que pesam na votação do Oscar.

O Globo de Ouro e sua credibilidade

O Globo de Ouro é a segunda premiação mais importante de Hollywood, atrás apenas do Oscar. A primeira entrega de prêmios aconteceu no início de 1944, de maneira informal. Naquele ano, a premiação era dividida em apenas seis categorias: ator, atriz, filme, diretor, ator coadjuvante e atriz coadjuvante. Em vez de estatuetas, os vencedores receberam pergaminhos.

No ano seguinte, os membros da associação que organiza o Globo de Ouro realizaram um concurso para definir o desenho da clássica estatueta com o globo brilhante, representando o mundo, em um pedestal cilíndrico.

O primeiro evento de gala da festa, nos moldes do que acontece atualmente, aconteceu em 1945, no Beverly Hills Hotel. Com o passar dos anos, a premiação foi ganhando novas categorias, chegando às atuais 27, sendo 14 dedicadas ao cinema e, 13, às produções televisivas.

Boicote em 2021

Em 2021, a Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês) foi criticada por não ter membros negros. Na época, uma carta edia à HFPA o fim “comportamento discriminatório, da falta de profissionalismo e ética e da suposta corrupção financeira”. Com as denúncias, a NBC cancelou a transmissão de 2022. A emissora tem contrato com organização do evento até 2026.

Após as críticas, a HFPA iniciou uma tentativa de reestruturação da premiação, em meio a críticas generalizadas a seu histórico relacionadas à diversidade e transparência. Entre as reformas feitas, a organização criou uma linha direta para receber denúncias, aprovou um novo código de conduta e contratou assessores de diversidade, igualdade e inclusão.

Em 2023, ele voltou a ser transmitido pela NBC. No mesmo ano, a HFPA vendeu o Globo de Ouro para as produtoras Dick Clark Productions e Eldridge. Desde então, os novos organizadores tomaram medidas para reconquistar o prestígio, como acolher novos membros ao redor do mundo e o — criticado — anúncio da categoria de realização cinematográfica e em bilheteria, um prêmio destinado para, em teoria, filmes populares.

Filha com mais chances do que a mãe?

Fernanda Torres concorre ao prêmio 26 anos após a indicação de sua mãe, Fernanda Montenegro, por “Central do Brasil” (1998), também dirigido por Walter Salles. Foi a última vez em que o Brasil apareceu em categorias de atuação.

Com o Globo de Ouro, Torres chega ao Oscar com um peso a mais no histórico, que sua mãe não teve. Em 1999, quando Montenegro concorreu ao prêmio de Melhor Atriz em Filme de Drama, Cate Blanchett levou a estatueta.

Já na categoria de Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical, quem venceu foi Gwyneth Paltrow, que acabou levando também o Oscar.

Foto: Robyn Beck.

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