Mesmo preso, o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) segue recebendo salários, além de benefícios da Câmara, como o uso de um imóvel funcional. Ao longo dos quase 10 meses, o parlamentar teve um custo que supera R$ 1 milhão.
Os valores somam despesas diretas, como os pagamentos mensais que ainda caem na conta do político, ao salário de funcionários do gabinete. Vinte e quatro pessoas seguem lotadas na assessoria do parlamentar, em um custo médio de R$ 123 mil a cada mês.
Brazão se encontra preso desde 18 março, após ser apontado como um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ). O crime aconteceu em 2018. Ela foi morta a tiros junto ao motorista Anderson Gomes, no Rio de Janeiro.
No período, o político teve salários que somados se aproximam dos R$ 95 mil. Entre valores que entraram na conta do parlamentar está uma gratificação natalina — o bônus somou R$ 9.626,86 no último mês de junho.
O salário previsto para cada mês ao político é de R$ 44 mil, mas o montante passou por descontos pelas ausência sem plenário. Com a redução, ele recebeu R$ 7,9 mil em praticamente todos os meses preso.
Pagamento até eventual cassação
De acordo com o R7, o pagamento seguirá até uma eventual cassação do mandato parlamentar, que ainda não tem data para ser analisada em plenário.
O processo passou pela aprovação do Conselho de Ética da Câmara. Nos bastidores, a avaliação é de que o deputado não deverá receber apoio para manutenção do cargo.
A conclusão do processo, no entanto, depende de uma votação a ser marcada pelo futuro presidente da Câmara — um novo comando da Casa será definido apenas em fevereiro.
Veja os gastos mensais da Câmara com Brazão, levando em conta salário e despesas de gabinete:
-abril: R$ 149.560,42
-maio: R$ 133.410,69
-junho: R$ 150.742,95
-julho: R$ 131.577,29
-agosto: R$ 131.577,29
-setembro: R$ 131.577,29
-outubro: R$ 131.577,29
-novembro: R$ 131.577,29
-dezembro: 4.655,38 em salário (gastos de gabinete ainda não computados)
A reportagem entrou em contato com a Câmara dos Deputados para mais informações referente ao trabalho desempenhado pelos funcionários no gabinete. O órgão não respondeu até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.
A defesa do deputado também foi acionada para posicionamento pelo apartamento funcional disponibilizado ao político, mas também não respondeu.
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