O vice-presidente Geraldo Alckmin solicitou, nesta terça-feira (10), que a União Europeia aumente o financiamento a países em desenvolvimento e anuncie novas metas climáticas. A declaração foi dada ao lado do primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Na ocasião, discutiram também o acordo UE-Mercosul.
“O Brasil está firme em seu proposito de zerar o desmatamento ilegal até 2030. E reduzir suas emissões de CO² entre 59% e 67% até 2035. Faremos isso mantendo os elevados padrões de qualidade de segurança sanitária e sustentabilidade da produção agropecuária brasileira. No percurso até a COP30, o Brasil convida a União Europeia a apresentar NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada) ambiciosas e alinhadas ao objetivo de manter o aumento da temperatura global até 1,5C. Esperamos que a Europa anuncie a antecipação de suas metas de neutralidade climática e amplie o financiamento a países em desenvolvimento”, disse Alckmin.
Na sequência, o vice-presidente comentou o acordo Mercosul e União Europeia, cujo texto foi divulgado hoje pelo governo brasileiro. “A cooperação é a garantia mais eficaz contra a instabilidade e a fragmentação da ordem internacional. A conclusão das negociações entre o Mercosul e a União Europeia, que contou com o apoio eslovaco, representa muito mais que um acordo econômico e comercial. Ela simboliza a aproximação de duas regiões capazes de influenciar a governança global e reforça o compromisso de ambas com os regimes multilaterais de comércio e de proteção ao meio ambiente”, destacou.
Em sua declaração, o líder eslovaco afirmou que vai trabalhar para a aprovação do tratado comercial nos respectivos parlamentos europeus. “Como Estado membro, o fato é que estamos tentando achar uma forma nova de cooperar entre a União Europeia e o Brasil, mas também com os grupos. Por essa razão, as conclusões de Montevidéu [cidade palco da última cúpula do Mercosul] são muito boas e as apoiamos. E vamos tentar convencer a todos na União Europeia de que esse acordo é a melhor coisa que poderia acontecer para a União Europeia e para os países da região”, afirmou Fic.
Alckmin assumiu o comando da reunião com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, no lugar de Lula. O presidente passou por uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10), em um hospital em São Paulo, para drenagem de um hematoma. Devido ao procedimento, o petista não pode comparecer ao compromisso oficial com líder eslovaco e, em seu lugar, o vice-presidente continuou com a agenda.
De acordo com a equipe médica, Lula está bem e o quadro de saúde é estável. Segundo o R7, o presidente voltou da cirurgia “praticamente acordado” e “conversando normalmente”. Agora, vai ficar internado na UTI durante 48 horas por precaução. Não há, por enquanto, data de alta médica, mas o time fala em retorno a Brasília no início da próxima semana. Os profissionais clínicos destacam, ainda, que não há lesões cerebrais.
Fico desejou ainda plena recuperação a Lula. “Eu gostaria de mandar todo nosso abraço ao presidente como também o nosso desejo de rápida recuperação. Pois o mundo precisa de personalidades como o presidente Lula. Eu encontrei com ele pela primeira vez em São Paulo, em 2003, numa reunião de partidos socialistas e, desde aquele momento, me convenci de que ele é um líder de formato mundial. Portanto, desejamos melhoras ao presidente Lula.”
Foto: Luis Blanco.