O Brasil teve 22,38 milhões de hectares queimados entre janeiro e setembro deste ano, comparável à área do estado de Roraima, segundo o MapBiomas, ligado ao Observatório do Clima. O valor representa, ainda, crescimento de 150% na área queimada em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 13,4 milhões. Dos locais afetados este ano, 51% estão localizados na Amazônia.
Segundo a iniciativa, três em cada quatro hectares queimados eram de vegetação nativa, principalmente formações florestais, que ocupavam 21% da área queimada. Em relação às áreas de uso agropecuário, 4,6 milhões de hectares de pastagens plantadas foram queimadas no intervalo.
Mato Grosso, Pará e Tocantins respondem por 56% dos locais atingidos, sendo eles parte da Amazônia Legal. “O período de seca na Amazônia, que normalmente ocorre de junho a outubro, tem sido particularmente severo este ano, agravando ainda mais a crise dos incêndios na região – um reflexo da intensificação das mudanças climáticas, que acabam tendo papel crucial para a propagação de incêndios”, disse Ane Alencar, diretora de Ciências do IPAM e coordenadora do MapBiomas Fogo.
Entre os meses, setembro foi o período com maior pico de queimadas, com 10,65 milhões de hectares incendiados. De acordo com o MapBiomas, o valor representa um aumento de 90% em relação a agosto (5,65 milhões).
Seguido da Amazônia, o Cerrado foi o segundo bioma mais afetado pelo fogo em setembro, com 4,3 milhões de hectares queimados. “É a maior área queimada em um mês de setembro nos últimos cinco anos, com 64% a mais que a média histórica para o período”, informou.
Ranking global
De acordo com o R7, o Brasil lidera o ranking global de focos de incêndio no mês de setembro. De acordo com dados do Programa Queimadas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), entre 1º e 25 de setembro, foram registrados 77,3 mil incêndios em todo o território nacional, o que representa 31% do total mundial. Isso significa uma média de 3 mil incêndios por dia no país. Diante da crise de queimadas, o governo articula medidas para combater e prevenir os incêndios.
Foto: Bruno Kelly.