O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira (3) que a ordem de prisão da Justiça da Venezuela contra o opositor Edmundo González é “muito preocupante” e “a coisa errada a se fazer”.
Em entrevista à agência Reuters, Amorim também disse que é “inegável” que haja uma escalada de autoritarismo na Venezuela – e que o Brasil não tem visto espaço para diálogo no país vizinho.
Ainda assim, Amorim reforça que o Brasil espera uma solução pacífica para a crise política no país vizinho.
O ex-chanceler afirmou à Reuters que uma eventual detenção de González “seria uma prisão política, e nós [Brasil] não aceitamos prisões políticas”.
Celso Amorim reafirmou, ainda, que o Brasil não reconheceu a vitória de Maduro ou de González nas eleições do mês passado e que não considera a situação eleitoral resolvida.
Ordem de prisão
A ordem de prisão contra González, que concorreu às eleições na Venezuela em agosto e afirma ter vencido nas urnas o atual presidente Nicolás Maduro, foi expedida pela Justiça e compartilhada pelo Ministério Público venezuelano nesta segunda.
Até as 14h desta terça, não havia informações sobre uma prisão, de fato, do opositor de Maduro.
Edmundo González é investigado por crimes como usurpação de funções da autoridade eleitoral, falsificação de documentos oficiais, incitação de atividades ilegais, sabotagem de sistemas e associação criminosa. O mandado de prisão formaliza a acusação contra González por esses delitos.
De acordo com o G1, o MP venezuelano é aliado do presidente Nicolás Maduro e controlado por chavistas.
Foto: Gabriela Oraa.