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PF prende dois em operação contra suspeitos de invadir sistema de pagamentos do governo federal

A Polícia Federal cumpre nesta quarta-feira (21) mandados contra suspeitos de terem invadido o Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) – responsável pelos pagamentos do governo federal.

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De acordo com o G1, a invasão foi registrada em abril deste ano. Segundo a PF, o grupo conseguiu furtar R$ 15 milhões em dinheiro público, e tentou levar pelo menos outros R$ 50 milhões.

Até as 9h desta quarta, dois suspeitos já tinham sido presos – um em Belo Horizonte e outro no Rio de Janeiro. As equipes ainda buscavam um terceiro suspeito.

Há, ainda, 19 mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e no Distrito Federal.

A operação foi intitulada “Gold Digger” – minerador de ouro, em tradução literal. O termo em inglês também é uma gíria se referir a um aproveitador.

‘Alta complexidade’

No material divulgado nesta quarta, a PF define o esquema criminoso como sendo de “alta complexidade”.

O grupo usou “técnicas avançadas de invasão cibernética” e campanhas de “phishing” – termo usado quando o criminoso envia um SMS ou e-mail fraudulento, se passando por uma empresa, por exemplo, para obter dados pessoais da vítima.

A fraude no Siafi, portanto, envolveu uma combinação de operações ilegais:

-o envio de SMS com links maliciosos que capturavam dados pessoais dos destinatários;
-a emissão fraudulenta de certificados digitais para obter acesso a contas e autorizar pagamentos indevidos;
-o uso de intermediários (“laranjas”) para ocultar o patrimônio obtido com os furtos.

O dinheiro foi enviado, segundo a PF, para empresas que atuam como corretoras de criptoativos.

Ainda segundo a PF, o grupo deve ser investigado por uma lista de possíveis crimes:

-invasão de dispositivo informático;
-furto qualificado mediante fraude;
-organização criminosa;
-lavagem de dinheiro.

Invasão, uso de senha e ordens bancárias

Na época do crime, investigadores da PF informaram que a invasão teria atingido um sistema de autenticação. A partir daí, o invasor teria entrado no Siafi usando o cadastro de usuário real.

Os fraudadores teriam acessado ordens bancárias e alterado os dados dos documentos para desviar o envio dos recursos. Para isso, teriam usado um mecanismo dentro do Siafi de débito automático, chamado “OBpix”.

Ao identificar a fraude naquele momento, o Tesouro suspendeu essa modalidade de transferência no sistema e passou a exigir camadas adicionais de segurança para liberar as transações.

Foto: Reprodução Google.

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