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Show de Madonna no Rio teve playback? Entenda por que ela dispensou banda e como uso de sons gravados domina eventos

Quem é fã de Madonna já sabia que a ideia desta turnê, que terminou no Rio no sábado (4), era usar as gravações de estúdio para fazer novas versões ao vivo, sem uma banda tocando.

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De acordo com o G1, no show para 1,6 milhão de pessoas na Praia de Copacabana, o uso de sons gravados funcionou bem, mas a presença de vozes encobrindo a de Madonna prejudicou a performance vocal em músicas como “Everybody”.

Nas redes sociais, muita gente fez comentários que são comuns quando acontece um mega show pop. São frases como:

-“Madonna não está cantando, está dublando”
-“Madonna está usando playback”
-“Tudo foi gravado antes e nada é ao vivo”

Para entender essas críticas, é preciso explicar algumas questões:

-Até bandas de rock, como o Iron Maiden, usam sons pré-gravados, que não são tocados ao vivo;
-Quase todo artista faz playback em mega shows, se considerarmos que o termo se refere a estes sons de fundo, gravados antes em estúdio;
-Mas isso não significa que artistas fingem estar tocando ou cantando. Na maioria das vezes, são sons e vozes de apoio, complementares. Dublar ou fingir pega mal;
-O playback 100% fingido e dublado só é mais aceito em programas de TV ou eventos específicos, como os do intervalo do Super Bowl, a final do futebol americano nos EUA.

Em grandes shows pop, como o de Madonna, o mais comum é o revezamento entre duas ações: cantar 100% ao vivo e ficar apenas segurando o microfone sem cantar, ao som de vozes de apoio gravadas antes (do próprio artista e de backing vocals).

Há divas pop que preferem escancarar esse recurso: elas tiram o microfone de perto da boca quando está sendo usada uma gravação de voz e apenas usam o microfone quando estão cantando ao vivo. Madonna não é dessas. A rainha do pop atua como se estivesse cantando em quase 100% do tempo.

Produtor já explicou turnê sem banda

Produtor musical da turnê, Stuart Price comentou, no começo da “The Confessions Tour”, sobre fãs que costumavam perguntar se alguns dos vocais eram pré-gravados. É verdade que Madonna apenas dubla em vários momentos?

“Esse é um grande elogio porque é tudo vocal ao vivo. Há seções com ‘spoken word’ em que usamos sons gravados. Mas todos os vocais são ao vivo. Há vocais de apoio – sempre houve – mas os vocais principais são todos ao vivo. Eu espero que se ouça uma humanidade no vocal também”, Price respondeu.

Ele acrescentou que a decisão de Madonna ficar no centro da apresentação, sem a presença de músicos, foi dela.

“Embora eu adore ter uma banda no palco, achei uma ideia interessante”, ele explicou. A partir dessa ideia de não ter banda, ele sugeriu que as gravações de estúdio fossem “desconstruídas, manipuladas e reinventadas”. A missão foi cumprida.

Foto: Manu Scarpa.

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