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Caso Marielle: veja quem já foi preso e os movimentos da investigação

O assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e de seu motorista Anderson Gomes completou 6 anos nesta quinta-feira (14) ainda sem respostas sobre o mandante e sobre a motivação para o atentado.

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Até agora, 4 suspeitos estão presos. O último foi detido no final de fevereiro: Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, apontado como o responsável por desmanchar o Cobalt prata usado no 14 de março de 2018.

O g1 também conversou com parentes de Marielle e Anderson e perguntou o que eles deixaram de viver nesses 6 anos.

Saiba quem são os presos suspeitos de participar do crime.

Ronnie Lessa

Foi preso em março de 2019. Na delação de Élcio de Queiroz, é apontado como autor dos disparos. Lessa foi expulso da PM e condenado, em 2021, a 4 anos e meio de prisão pela ocultação das armas que teriam sido usadas no crime — pena aumentada depois para 5 anos.

Até ser preso, em 12 de março de 2019, ele tinha a ficha limpa. Egresso do Exército, foi incorporado à Polícia Militar em 1992. Depois, virou adido da Polícia Civil. Trabalhou na extinta Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae), na Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) e na extinta Divisão de Capturas da Polinter Sul.

Foi nessa experiência como adido que, segundo as investigações, Lessa impulsionou sua carreira criminosa. Como muitos agentes na mesma situação, conhecia mais as ruas que os policiais civis. Destacou-se pela agilidade e pela coragem na resolução dos casos. Nos bastidores da polícia, o comentário é que essa fama chamou a atenção do contraventor Rogério Andrade, que travava uma disputa com o também contraventor Fernando Iggnácio de Miranda.

Élcio de Queiroz

Ex-sargento da Polícia Militar, expulso da corporação em 2015. Após 4 anos preso, ele fez uma delação premiada e admitiu que dirigia o carro que perseguiu o veículo onde estavam a vereadora e seu motorista. Élcio foi preso no mesmo dia que Lessa.

No depoimento, apontou a participação de mais uma pessoa, Maxwell Simões Corrêa, o Suel, nas mortes de Marielle e Anderson.

Suel

Ex-sargento do Corpo de Bombeiros, é acusado de ter cedido um carro para a quadrilha, esconder as armas após o crime e auxiliar no descarte delas.

Segundo a deleção de Queiroz, o ex-bombeiro também participou de uma tentativa frustrada de matar a vereadora em 2017. Naquela ocasião, Maxwell, que estava dirigindo, não teria conseguido emparelhar com o táxi onde estava Marielle na hora que Lessa mandou.

Lessa, Queiroz e Suel já são considerados réus pelo crime pelos homicídios de Marielle e Anderson.

Amigos, Ronnie e Elcio estão presos em penitenciárias federais de segurança máxima e serão julgados pelo Tribunal do Júri. O julgamento ainda não tem data marcada.

Orelha

Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, é apontado como dono do ferro-velho que desmanchou o Cobalt prata, usado no assassinato. Segundo a denúncia Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Cobalt foi levado até Edilson no dia 16 de março de 2018. De acordo com os promotores, o dono do ferro-velho “embaraçou a investigação”, uma vez que deu sumiço ao veículo usado no homicídio.

Presos e soltos

Além de Lessa, Queiroz, Suel e Edilson, outras quatro pessoas também foram presas em desdobramentos do caso, mas acabaram soltas.

Em 2019, alvos da Operação Submersus, Elaine de Figueiredo Lessa (mulher de Ronnie) e Bruno Figueiredo (cunhado de Ronnie, irmão de Elaine) foram presos preventivamente.

Elaine foi apontada como suspeita de comandar as ações para sumir com as armas do marido e apagar vestígios da quadrilha, enquanto seu irmão teria ajudado na empreitada.

José Márcio Mantovano, o Márcio Gordo, foi preso após ser flagrado retirando uma caixa — supostamente com armas — de um apartamento de Ronnie Lessa no bairro do Pechincha, na Zona Oeste.

Já Josinaldo Lucas Freitas, o Djaca, teria sido o destinatário das supostas armas recolhidas por Márcio Gordo. Djaca teria ainda alugado um barco para se livrar do armamento em alto-mar na Barra da Tijuca, também na Zona Oeste. A arma do crime nunca foi encontrada.

Vaivém das investigações

Na Polícia Civil, as investigações da morte de Marielle Franco e Anderson Gomes ficaram a cargo, desde o dia do crime, da Delegacia de Homicídios da Capital, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste.

A especializada não apura mais o caso: em fevereiro de 2023, o então ministro da Justiça, Flávio Dino, autorizou a Polícia Federal a abrir um inquérito para investigar os dois assassinatos e a tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.

Delegados que já estiveram à frente das investigações:

-Giniton Lages (2018-2019)
-Daniel Rosa (2019-2020)
-Moisés Santana (2020-2021)
-Edson Henrique Damasceno (2021-2022)
-Alexandre Herdy (2022)
-Responsáveis no Ministério Público

O promotor Homero Freitas ficou responsável pela investigação nos primeiros meses.

Ainda em 2018, Simone Sibilio e Letícia Emile, com auxílio do Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), passaram a comandar as investigações até 2021, quando deixaram a força-tarefa.

Em 2023, uma nova equipe de trabalho foi montada. A família de Marielle Franco foi recebida pelo Procurador-Geral de Justiça, Luciano Mattos, e pelos integrantes, que atualmente contam com os seguintes promotores:

-Eduardo Morais Martins;
-Paulo Rahba de Mattos;
-Patrícia Costa dos Santos;
-Gláucia Rodrigues Torres de Oliveira Mello;
-Pedro Eularino Teixeira Simão;
-Mário Jessen Lavareda;
-Tatiana Kaziris de Lima Augusto Pereira.

Foto: Reprodução Google.

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