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Repelente para dengue: conheça as diferenças e saiba por que os que têm Icaridina 25% são os mais indicados

Com a alta no número de casos de dengue no Brasil, é preciso se proteger contra o Aedes aegypti. Entre as principais medidas para espantar o mosquito estão as barreiras físicas, como mosquiteiros e telas, e as barreiras químicas, como os repelentes e os inseticidas.

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Fazer uso de repelentes é importante para evitar picada do transmissor da doença, mas os especialistas alertam: nem todos os produtos são efetivos contra o mosquito da dengue.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o repelente precisa conter algumas substâncias específicas para combater o Aedes aegypt. (confira abaixo as substâncias mais efetivas contra o mosquito)

Além da dengue, a fêmea dessa espécie também é responsável pela transmissão de doenças como zika e chikungunya.

A Anvisa ainda adverte que não existem produtos de uso oral, como comprimidos e vitaminas, com indicação aprovada para repelir o mosquito.

O g1 conversou com alguns especialistas para entender quais são as substâncias mais indicadas contra o transmissor da dengue e o que funciona para espantar o mosquito.

Quais repelentes afastam o mosquito da dengue?

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e a Anvisa recomendam que, para ser efetivo contra o mosquito da dengue, o repelente deve conter uma das seguintes substâncias:

Icaridina 20-25% – duração de dez horas
DEET 10-15% – duração de seis a oito horas
IR3535 – duração de até quatro horas

Luiz Dario Sponholz, dermatologista da área de cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia, explica que essas substâncias estão presentes nos produtos em diferentes concentrações. Eles podem ser encontrados em forma de loção, creme ou spray – o que afeta diretamente na duração do efeito do repelente.

Os dermatologistas também reforçam que, apesar das durabilidades distintas dos produtos, não é recomendada a aplicação superior a três vezes por dia. O uso excessivo dos repelentes pode causar intoxicação.

Por sua efetividade durante uma maior quantidade de horas, a Icaridina 20-25% é a substância considerada mais efetiva para proteção contra o Aedes aegypt.

Idades diferentes, cuidados diferentes

Apesar das três substâncias serem as mais indicadas contra o mosquito da dengue, nem todas são recomendadas para todas as faixas etárias.

Reinaldo Tovo, dermatologista e coordenador do núcleo de dermatologia do Hospital Sírio-Libanês, comenta que o uso de repelentes deve ser feito a partir dos seis meses de idade.

A depender da faixa etária, algumas substâncias são mais indicadas do que outras:

Crianças de seis meses a dois anos:

IR3535, aplicar uma vez ao dia

Crianças entre dois e sete anos:

-IR3535, aplicar até duas vezes ao dia
-Icaridina 20-25%, aplicar até duas vezes ao dia
-DEET infantil 6-9%, aplicar até duas vezes ao dia

Crianças a partir de sete anos

-Icaridina 20-25%, aplicar até três vezes ao dia
-IR3535, aplicar até três vezes ao dia
-DEET infantil 6-9%, aplicar até três vezes ao dia

Adultos, idosos e gestantes

-Icaridina 20-25%, aplicar até três vezes ao dia
-DEET 10-15%, aplicar até duas vezes ao dia
-IR3535, aplicar até três vezes ao dia

“É importante que o rótulo seja sempre lido para saber se o produto é adequado para a pessoa que vai utilizá-lo, sendo criança ou adulto”, lembra o dermatologista Luiz Dario Sponholz.

Os especialistas ainda reforçam que pessoas que já estão contaminadas com o vírus também devem utilizar repelente.

“Se a pessoa está com dengue e usa o repelente, ela vai fazer com que o Aedes aegypt não a pique e não transmita a doença para outras pessoas”, explica Reinaldo Tovo.

Como aplicar o repelente?

A aplicação do repelente da forma correta também é essencial para a proteção contra o mosquito – e para evitar qualquer tipo de irritação da pele.

Além de se atentar à durabilidade do produto para a reaplicação ser feita em intervalos certos de tempo, o repelente deve ser utilizado somente nas áreas expostas e nunca por baixo da roupa.

“Em contato com a pele, os produtos podem causar dermatites de contato caso a pessoa esteja com uma roupa muito justa por cima”, afirma o dermatologista Reinaldo Tovo.

Os dermatologistas lembram que o início da manhã e o fim da tarde são os horários preferidos de circulação da fêmea. Com isso, eles recomendam atenção especial para o uso do repelente nesses momentos do dia.

Outros cuidados importantes na aplicação dos produtos são:

-Evitar o contato direto do repelente como olhos, nariz e boca. Os produtos podem ser usados no rosto, mas é recomendado primeiro passar nas mãos e então espalhar no rosto;

-Não dormir com repelente. O ideal é tomar banho para tirar o resíduo do produto antes de dormir. O repelente pode ser borrifado na área da cabeceira da cama para espantar o mosquito;

-Sempre passar o repelente após os demais cosméticos. Se for usar hidratante, filtro solar ou maquiagem, espere secar e então aplique o repelente;

-Sempre lavar as mãos após o uso do produto.

Camadas de proteção

Além dos repelentes, que devem ser aplicados na pele, outros métodos podem ser utilizados para espantar o mosquito da dengue.

As barreiras físicas, como uso de mosquiteiros e telas, são uma boa estratégia para evitar a aproximação do Aedes aegypt.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia também recomenda o uso de roupas que cobrem mais o corpo. Elas podem servir como uma camada extra de proteção contra a picada do mosquito.

A Anvisa indica que inseticidas em spray podem ser utilizados para matar o transmissor da dengue. O órgão alerta que os produtos naturais, à base de citronela e óleo de cravo, por exemplo, não possuem comprovação de eficácia.

Os repelentes elétricos, que liberam a substâncias quando colocados na tomada, também são uma boa opção para reduzir a entrada de mosquitos no ambiente. Eles devem ser instalados perto de portas e janelas, em locais com boa circulação de ar.

Foto: Reprodução Google.

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