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Deltan Dallagnol se filiará ao Partido Novo, que também tenta recrutar Sergio Moro

O deputado cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) deu seguimento às negociações de sua filiação ao Partido Novo. No último sábado, o ex-parlamentar discutiu seu destino político em reunião com o senador Sergio Moro (União Brasil), outro nome que também tem sido requisitado pela sigla, em Curitiba (PR). Procurado, Moro nega as tratativas.

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Na ocasião, também estiveram presentes a deputada federal Rosangela Moro (União Brasil), o deputado estadual Fabio Oliveira (Podemos) e o seu genro, João Eduardo Malucelli. Filho de desembargador, Malucelli teria recebido uma ligação com tom de ameaça do ex-juiz da Lava-Jato Eduardo Appio. Após a denúncia, Appio foi afastado do cargo.

O anúncio da migração de Dallagnol deve ocorrer no próximo dia 30, durante encontro nacional da sigla (Leia o posicionamento do Novo no final da matéria). A sua saída do Podemos já foi comunicada à presidente nacional, Renata Abreu, ocasião em que também solicitou a liberação de Oliveira, seu principal aliado na Assembleia Legislativa. Como o GLOBO noticiou, as tratativas com o Novo ocorrem desde maio deste ano, quando o ex-parlamentar já comparecia à eventos internos em Curitiba.

Nos bastidores, articuladores apontam que uma das motivações principais para a saída do Podemos é a inimizade com o presidente estadual do Paraná, Gustavo Castro. A sigla chegou a costurar um acordo interno para que Dallagnol assumisse o comando do diretório, o que não ocorreu.

O desejo de estar em um partido mais conservador e com a bandeira da anti-corrupção também é um dos motivos que explicam a ida para o Partido Novo, que atualmente faz oposição em quase todas as propostas do governo Lula (PT). Além disso, a sigla ofereceu vantagens financeiras como a possibilidade de recontratar seus assessores e o espaço para atuar como formador de lideranças.

Além do Novo, o Republicanos também havia se apresentado como uma hipótese para o político, mas o fato do presidente e integrante da mesa diretora da Câmara, Marcos Pereira, ter assinado sua cassação pesou contra a sigla.

Os dois também somaram diferenças durante a tramitação do PL das Fake News, quando o então gabinete do ex-procurador fez uma campanha para pressionar parlamentares a se posicionarem contra a proposta. À época, a pressão não teria agradado o dirigente, que tem antipatia pela figura de Deltan.

Moro no Partido Novo?

Outro nome político que tem sido procurado pelo Partido Novo é o senador Sergio Moro. No União Brasil, partido que angariou dois ministérios e passou a fazer parte da base de apoio a Lula (PT), a postura oposicionista tem limitações. Procurado, o senador nega negociações com o Novo e uma possível desfiliação.

De um lado, articuladores apontam que a mudança não poderia ser feita agora. Há a avaliação de que seria necessário esperar o julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PR), já que Moro é alvo de uma ação que pede a sua cassação. O ex-juiz é acusado de abuso de poder econômico por gastos na campanha do ano passado, quando deixou o Podemos e se filiou ao União Brasil. Uma nova troca precipitada poderia colocar mais uma sigla na posição de inimiga.

Do outro, fontes afirmam que deixar o União Brasil não seria inteligente diante dos planos para 2026, em uma possível candidatura ao governo do Paraná. Com mais expressividade, o partido asseguraria mais recursos e força política contra o grupo de Ratinho Júnior (PSD).

Ao GLOBO, o presidente nacional do Novo, Eduardo Ribeiro, confirmou o interesse do partido em ter Sergio Moro e Deltan Dallagnol em seu quadro:

— O partido não confirma a filiação de Deltan Dallagnol e Sergio Moro. Apesar disso, ambos seriam membros de grande destaque para a sigla, devido às suas condutas éticas, carreiras impecáveis e dedicação incansável ao combate à corrupção.

Foto: Reprodução Google.

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